São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Jovens são acusados de atropelar em racha

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Leandro Aduan, 21, e o agente de turismo Mário Augusto Vasconcellos, 21, foram presos em flagrante ontem sob a acusação de fazer um racha e atropelar um motoqueiro no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo).
O acidente aconteceu na esquina das avenidas Cidade Jardim e Brigadeiro Faria Lima, às 4h45. Aduan estava dirigindo um Tipo e Vasconcellos, um Peugeot.
Os dois acusados não quiseram dar entrevista na delegacia e afirmaram que só irão depor no processo judicial. Além do racha e do atropelamento, eles também foram acusados de resistir à prisão e de desacatar um policial militar.
A vítima do atropelamento, o caixa Osmar Gomes da Silva, 25, estava voltando do trabalho para casa em sua motocicleta Honda CBX-200. Ele foi operado no Hospital das Clínicas e deverá permanecer internado por 15 dias.
Segundo a polícia, ele teve lesões graves -fratura exposta na perna direita e ferimentos na outra perna e na cabeça-, mas não corria risco de vida.
Sinal vermelho
Segundo a polícia, o Peugeot e o Tipo estavam em alta velocidade no sentido bairro-centro da avenida Cidade Jardim. Quando os carros chegaram ao cruzamento da avenida Brigadeiro Faria Lima, o semáforo estava vermelho.
Mesmo assim, nenhum deles teria parado. Durante a travessia, o Peugeot pegou a motocicleta que era dirigida por Silva. O caixa foi atirado a cerca de quinze metros de distância.
Os dois acusados pararam seus carros. O resgate do Corpo de Bombeiros foi chamado e levou a vítima para o hospital. Segundo a polícia, Aduan teria xingado o PM que pediu para que eles o acompanhassem ao 15º DP.
"Temos uma testemunha idônea que viu os acusados fazendo racha e passarem no sinal vermelho quando houve o atropelamento", afirmou o delegado João Lopes Filho, titular do 15º DP.
Advogado
"Estão fazendo uma tempestade com uma coisa insignificante", disse o advogado Cesar Herman, amigo da família de Aduan. Segundo ele, os acusados estavam voltando para casa quando o Aduan parou em um semáforo.
"Pelo retrovisor, ele viu que o amigo havia se envolvido em um acidente no semáforo anterior." Segundo ele, o empresário deu marcha a ré e chamou o Corpo de Bombeiros para socorrer a vítima.
Herman contestou a hipótese de os dois estarem fazendo racha. Segundo ele, seria impossível um carro de 1.000 cilindradas (o Peugeot) participar de um racha. A defesa dos acusados ia entrar com um pedido de liberdade provisória para que os dois fossem soltos.

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