São Paulo, quarta-feira, 4 de setembro de 1996
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Desativada bomba em igreja na França

Basílica em Nantes será visitada por João Paulo 2º

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Especialistas em explosivos desativaram ontem uma bomba de fabricação caseira na basílica Saint-Laurente-sur-Sèvre, leste de Nantes, que fica no oeste na França. O papa João Paulo 2º visitará o local em duas semanas.
Desconhecidos também escreveram em um muro próximo à igreja "Papa-Papa-Bum!".
Segundo o governo local, o artefato foi encontrado, na noite de anteontem, pelo padre Michel Simonnet junto à tumba de são Luis Maria Grignion de Montfort, um dos clérigos franceses a quem o papa fará homenagens.
A polícia francesa suspeita que a bomba tenha sido colocada na igreja no final de semana passado.
Simonnet não comentou o episódio. "Não tenho nada a dizer."
Estragos
Autoridades francesas disseram que o explosivo poderia causar danos significativos. A bomba foi enviada para Paris para ser analisada.
Segundo a polícia, a bomba tinha oito cartuchos com 250 gramas de dinamite em cada um.
João Paulo 2º estará na França entre os dias 19 e 22 de setembro. A passagem pela Saint-Laurente-sur-Sèvre está prevista para o primeiro dia de sua viagem.
"Ninguém assumiu a autoria do ataque e, por enquanto, não houve prisões", disse Philippe Cailla, porta-voz do governo.
Segurança
Segundo o bispo François Garnier, de Lucon, região onde está localizada a diocese da Saint-Laurente-sur-Sèvre, o episódio mostra que a segurança no país deve ser reforçada durante a visita de João Paulo 2º.
"Todos aqueles que demonstram más intenções em relação à Igreja Católica e ao papa João Paulo 2º devem refletir sobre os frutos de suas ações", disse Garnier.
O papa já foi vítima de atentados. O mais sério ocorreu em 1981, quando o turco Mehmet Ali Agca atirou contra o pontífice.
Hostilidades
O anúncio da visita de João Paulo 2º aumentou as hostilidades entre católicos seculares e liberais, que discutem sobre controle da natalidade, aborto, Aids e homossexualismo, assuntos duramente criticados por João Paulo 2º.
Ativistas da esquerda francesa programaram uma série de protestos para serem realizados durante a visita papal. Entre 500 e 600 franceses pediram a anulação de seus registros de batismo.
Cerca de 80% da população francesa (estimada em 58 milhões de pessoas) se diz católica.
Em junho, críticos da Igreja Católica em Berlim promoveram a pior recepção do papa em anos.

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