São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Juiz proíbe a coligação de Pitta de movimentar conta bancária

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Edison Tetsuzo Namba, da 8ª Vara Cível de São Paulo, arrestou a conta da coligação que apóia o candidato a prefeito Celso Pitta (PPB). Com a decisão, a aliança PPB-PFL só pode movimentar a conta com autorização da Justiça.
A decisão foi tomada no último dia 25 de julho, em processo movido pela Ceagro (Cereais Agro-Comercial Contenda) contra o PPB.
A empresa, do Paraná, forneceu sementes e trevos de quatro folhas para a campanha de Paulo Maluf a prefeito de São Paulo em 1992. E diz que não recebeu.
Segundo o advogado da Ceagro, Gabriel Braga Farhat, a dívida atualizada do partido com a empresa é de R$ 763 mil.
Ao chegar à agência da Nossa Caixa-Nosso Banco em que está a conta da coligação PPB-PFL, o advogado descobriu que seu saldo era de apenas R$ 5.100.
"Se o pagamento não for feito rapidamente vamos representar contra o PPB no Superior Tribunal Eleitoral. Eles vão ter de explicar como uma campanha tão cara como a do Pitta tem tão pouco dinheiro em caixa", diz Farhat.
Em 92, o PPB, por meio de Calim Eid, assessor de Maluf, chegou a pagar US$ 10 mil para a empresa.
O negócio entre o partido e a empresa previa a entrega de um milhão de caixas com mudas de trevo e 300 mil santinhos com um trevo plastificado.
Na caixa com as mudas da planta que foram distribuídas na campanha estava escrito "Plante essa idéia. Você vai ter orgulho de morar nessa cidade".
No começo de 93, os sócios da empresa enviaram carta ao prefeito Maluf solicitando o pagamento da conta. Na carta, dizem que "contraíram imensa dívida para atender o pedido" e que tiveram "as terras penhoradas, o crédito extinto e a falência requerida".
Segundo Farhat, não houve resposta do prefeito. "A empresa, que contratou 300 pessoas para dar conta do pedido, faliu."

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