São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996 |
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Rio 'caça' último grande líder do tráfico
SERGIO TORRES
Robertinho de Lucas, 36, é apontado pela polícia como chefe de traficantes e sequestradores radicados na favela de Parada de Lucas, na zona norte carioca. A equipe da DPCA (Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente) é chefiada pelo detetive Fernando César Barbosa. A equipe da Metropol 5 (Divisão Regional Metropolitana 5) tem como chefe José Carlos Guimarães, detetive da 22ª DP (Delegacia de Polícia), na Penha (zona norte). Tanto Barbosa quanto Guimarães colecionam sucessos em seus recentes trabalhos policiais. Barbosa liderou a ação que resultou no estouro do cativeiro dos sequestrados Eduardo Eugênio Gouveia Vieira Filho e José Zeno. Guimarães localizou e prendeu, fora do Rio, Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, e Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. Barbosa e Guimarães chegaram a ser investigados pela Corregedoria de Polícia Civil, suspeitos de enriquecer de modo ilícito e de extorquir criminosos. Os detetives foram reabilitados para o trabalho pelo chefe de Polícia Civil, Hélio Luz, que apostou na experiência e nas informações acumuladas por eles ao longo de anos de polícia. Este ano, cinco supostos líderes criminosos foram presos fora do Rio: Uê, Marcinho VP, Pedro Jorge Gouveia Filho (Pedrinho Maluco), Jorge Luiz dos Santos e Paulo César Figueiredo Cabral (Bolão). Segundo Hélio Luz, as lideranças começaram a deixar o Rio há nove meses, com medo da repressão desencadeada pela polícia. Para Luz, os acusados não estariam montando ramificações do tráfico e do sequestro nas cidades onde foram presos. "A preocupação deles era se esconder. Lá, eles estavam preocupados em manter o poderio nos redutos. Só o fato de eles deixarem o Rio já os fragilizava em relação a outras quadrilhas", afirmou Luz. A ação da Polícia Civil em Porto Alegre (RS), quando foi preso Marcinho VP, resultou em um pedido de desculpas do governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), ao governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto (PMDB). Os policiais que foram a Porto Alegre realizaram a prisão sem avisar a Secretaria da Segurança do Rio Grande do Sul. Luz disse que não houve o aviso porque, a princípio, não se tinha a certeza de que o suspeito era Marcinho VP. Texto Anterior: Crianças voltam às ruas após operação Próximo Texto: Detetive fez 2 das prisões Índice |
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