São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Maluf inaugura novo túnel de complexo

FABIO SCHIVARTCHE
E ROGÉRIO GENTILE

FABIO SCHIVARTCHE; ROGÉRIO GENTILE
DA REPORTAGEM LOCAL

Valor gasto até agora com o Complexo Viário Ayrton Senna, na zona sul de SP, dá para quase 12 km de metrô

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, inaugura hoje o Túnel Sul do Complexo Viário Ayrton Senna (zona sul), uma obra que já consumiu R$ 746,5 milhões dos cofres públicos.
O valor gasto apenas nesse projeto viário é próximo ao que foi liberado no dia 27 de agosto pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) -R$ 767 milhões- ao governo do Estado para a construção de 12 km de metrô (incluindo oito estações de embarque e desembarque).
Quando as obras estiverem finalizadas, mais 300 mil pessoas vão utilizar o metrô por dia. Os dois túneis serão usados por cerca de 75 mil pessoas diariamente.
A despesa com os túneis, calculada pelos balanços anuais da prefeitura divulgados no "Diário Oficial do Município", é maior que o total da arrecadação do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) prevista para este ano -R$ 580 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Finanças. A prefeitura contesta os valores.
A obra foi iniciada em 1987, na gestão do prefeito Jânio Quadros, e paralisada na administração da prefeita Luiza Erundina. Em 1993, Maluf retomou as obras.
O primeiro túnel, que liga a avenida 23 de Maio à Juscelino kubitschek, foi entregue em 7 de outubro do ano passado.
O complexo inclui também as obras do "Cebolinha", um conjunto de quatro viadutos na região que será entregue ainda este ano.
O Túnel Sul passa sob o parque Ibirapuera, ligando a avenida Joaquim de Moura Andrade (no Itaim) à avenida Pedro Álvares Cabral (no Ibirapuera).
Desse ponto, o motorista terá três opções: avenida Ibirapuera (em direção a Moema), avenida Rubem Berta (em direção ao aeroporto de Congonhas) e avenida Sena Madureira (em direção à rua Domingos de Moraes).
Prefeitura
O assessor de imprensa da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), Fernando Lancha, 34, afirma que os cálculos feitos pela Folha são irreais.
"Cada contrato da prefeitura com as empreiteiras tem um tipo de reajuste diferente e alguns são negociados para valores inferiores aos previstos", disse.
Segundo ele, foram gastos R$ 225 milhões com os dois túneis (contabilizadas apenas as obras de construção civil). A Folha contabilizou também despesas com desapropriações e intervenções no sistema viário na região.
Para as obras do "Cebolinha", que estão sendo contestadas na Justiça por ter sido incluídas por aditamento no projeto original, serão gastos mais R$ 35 milhões.

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