São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996 |
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Conferência cobra eficiência do SUS
DANIELA FALCÃO
Em função disso, o relatório final da 10ª Conferência Nacional de Saúde vai cobrar maior eficiência e qualidade do SUS, além de aumento dos gastos públicos na área. A informação foi dada ontem pelo presidente da conferência, Nelson Rodrigues dos Santos. Segundo ele, embora haja leitos públicos ociosos, muitas vezes o SUS precisa recorrer ao setor privado para atender a demanda. "O setor privado deveria ser usado apenas como complemento, nos casos em que a rede pública não conseguisse dar conta da demanda, mas não é isso que acontece", disse Santos. O relatório da conferência vai apoiar a decisão do Ministério da Saúde de recadastrar toda a rede hospitalar pública. "O setor precisa passar por uma reforma interna para aproveitar melhor seu potencial", afirmou. Segundo Santos, 80% da demanda por consultas médicas poderia ser suprida pela rede pública. "Mas hoje é o setor privado que termina atendendo a maioria dos pacientes." Outra reivindicação do relatório final será que o setor de saúde passe a ser tratado como "bem indisponível". Ou seja, fique de fora da "ótica mercantil". "Os preços das consultas médicas e de remédios têm de ser controlados pelo governo porque são essenciais à sobrevivência das pessoas", afirmou Santos. Chile e Colômbia Representantes dos governos do Chile, Colômbia, Cuba e Canadá participaram ontem de debate sobre modelos de atendimento à saúde nas Américas. Todos concordaram que os governos latino-americanos precisam aumentar os gastos com saúde. Mas acrescentaram que a eficiência da rede pública hospitalar precisa melhorar muito. "A má-gestão faz com que os recursos, que já são escassos, fiquem ainda menores", disse Saul Franco, da Colômbia. A Colômbia investe 7% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em saúde. O Brasil investe metade: 3,5%. Os EUA gastam 12% do PIB e o Canadá, 9,7%. Cuba, Costa Rica e Chile são os países latino-americanos que apresentam os melhores índices na área de saúde pública. A mortalidade infantil no Chile, por exemplo, é de 11 mortes para cada mil nascidos vivos. A da Costa Rica é de 13 por mil nascidos vivos, e a de Cuba, 12. No Brasil, a taxa de mortalidade infantil é de 57 para cada mil nascidos vivos, e na Colômbia, de 37 para cada mil nascidos vivos. Texto Anterior: Empresa dos EUA dá prazo a reclamantes de implante Próximo Texto: Mudanças fazem surgir novas doenças Índice |
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