São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Pelé faz, amanhã, 40 anos de Santos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

O maior mito do futebol completa amanhã 40 anos de sua estréia no Santos. Edson Arantes do Nascimento, 55, o Pelé, estreou em 7 de setembro de 1956, quando marcou seu primeiro gol pelo time.
Atual ministro dos Esportes, Pelé entrou no segundo tempo e fez um gol em um amistoso em Santo André, no qual o Santos goleou o Corintians local por 7 a 1.
A partida fazia parte das comemorações do 7 de Setembro promovidas pela prefeitura. A diretoria santista informou que, até ontem, não estavam previstas homenagens ou ato comemorativo.
No jogo de estréia, Pelé, que tinha 15 anos, já deixara de ser "Gasolina", apelido que trouxe de Bauru, onde foi descoberto pelo ex-jogador Waldemar de Brito.
Segundo Augusto Vieira de Oliveira, o então ponta-esquerda do Santos, Tite, que atuou naquela partida, Pelé jogou "como um futuro craque, mas fazendo jogadas simples, sem filigranas".
O primeiro gol de Pelé pelo Santos, o sexto daquela partida, nasceu entre uma jogada entre Tite e o meia Raimundinho. "Levei a bola na linha de fundo e toquei no Pelé. Ele dominou e bateu para o gol."
O goleiro que sofreu o primeiro gol de Pelé, Zaluar Torres Rodrigues, morreu no ano passado, aos 69 anos, de insuficiência cardíaca, em Santo André. Ele entrou durante o jogo, no lugar do titular Antoninho, e sofreu três dos sete gols.
Anos depois, Zaluar passou a desfrutar da fama de ter levado o primeiro dos 1.282 gols de Pelé. Ele confeccionou cartões de apresentação com a frase: "O goleiro que levou o primeiro gol de Pelé".
Na equipe de veteranos do Aramaçan, de Santo André, onde jogou por mais de dez anos, ele atuava com uma camisa com a inscrição "Goleiro Rei Pelé 0001".
José Eli de Miranda, o Zito, afirma não recordar se jogou na primeira atuação de Pelé, embora seu nome conste da ficha da partida publicada nos jornais.
Mas o ex-volante, capitão do Santos e da seleção brasileira, lembra que Pelé mostrou talento desde que chegou ao clube.
"Ele era juvenil, treinava conosco. Foi convivendo, crescendo, até começar a ser levado às excursões e jogar", diz Zito, que tinha a fama de ser o único jogador que gritava com o "Rei" dentro de campo.
Agenor Gomes, o Manga, goleiro do Santos entre 1950 e 60, afirma que Lula, técnico do time à época, resolveu colocar Pelé no segundo tempo depois que a equipe já vencia por goleada.
Segundo Manga e Tite, Pelé começou a aparecer após uma excursão, em 57, ao Rio Grande do Sul, onde teria marcado muitos gols.
"Quando retornou, ele já era titular no lugar do Vasconcelos , que tinha quebrado a perna", diz Tite.
No Campeonato Paulista de 57, Pelé foi o artilheiro da competição com 17 gols. Repetiria o feito por oito anos consecutivos.
Em 1958, marcou 58 gols no campeonato -recorde ainda não igualado.

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