São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Ação aumenta popularidade eleitoral de Clinton

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os ataques com mísseis contra o Iraque aumentaram ainda mais a vantagem do presidente Bill Clinton sobre o republicano Bob Dole nas pesquisas de intenção de voto para a eleição norte-americana de novembro próximo.
A rede CNN de televisão divulgou enquete do Instituto Gallup que mostra Clinton 17 pontos percentuais à frente de Dole, e a agência de notícias "Reuter" diz que seus pesquisadores constataram que a superioridade de Clinton sobre Dole é de 15 pontos percentuais.
A pesquisa da "Reuter" mostra também que, por causa da popularidade em alta de Clinton, seu partido, o democrata, passou a ser o favorito para ganhar a maioria nas duas casas do Congresso. Em 1994, a oposição obteve o controle do Legislativo.
Demissões
A campanha de Dole sofreu novo revés ontem, quando os dois responsáveis pela sua publicidade renunciaram. Don Sipple e Mike Murphy preferiram deixar seus postos a submeterem seu trabalho à supervisão de Scott Reed, o diretor da campanha de Dole, informou o porta-voz Nelson Warfield.
A menos de dois meses da eleição, esse tipo de alteração na cúpula de uma campanha presidencial é considerada, em geral, desastrosa. Ainda mais porque Sipple e Murphy estavam recebendo generalizados elogios.
O mais recente tropeço de Dole foi ter afirmado na segunda-feira que Saddam Hussein estava testando a liderança dos EUA e constatando que ela inexiste. Há uma tradição secular na política norte-americana de se evitar críticas ao presidente em política externa e militar em situações de crise.
A vantagem de Clinton sobre Dole chega, em Estados-chave, a superar os 20 pontos percentuais. Na Califórnia, maior colégio eleitoral do país, segundo pesquisa do Field Institute, ela é agora de 22 pontos (55% a 33%).
Já existem analistas prevendo que a vitória de Clinton sobre Dole poderá quebrar o recorde estabelecido em 1964 por Lyndon Johnson, que venceu Barry Goldwater com 61% dos votos populares.
Segundo a pesquisa da "Reuter", 26% dos entrevistados disseram que os ataques dos EUA contra o Iraque fizeram com que eles se decidissem a votar em Clinton.
O escândalo sexual do principal estrategista político do presidente norte-americano, Dick Morris, parece ter tido pouco impacto sobre os eleitores.
Segundo a "Reuter", 80% das pessoas ouvidas na pesquisa afirmaram que o incidente não alterou a imagem que tinham do presidente. Morris renunciou na semana passada depois que uma prostituta disse ter visto em primeira mão discursos de Clinton.
Representantes de Clinton e Dole começaram a discutir as normas dos debates entre os candidatos em outubro. O principal ponto em discussão é se o candidato do Partido da Reforma, Ross Perot, poderá participar. Clinton é a favor da presença, e Dole, contra.
(CELS)

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