São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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FHC reforça em 'dose tripla' apoio a Serra

Presidente vem a São Paulo na segunda

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso e seus ministros vão reforçar em "dose tripla" o apoio ao candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra. Haverá manifesto, solenidade e jantar em defesa do tucano.
O nome de FHC será citado em manifesto pró-Serra e claramente antiMaluf preparado pelo comando da campanha, com apoio de ministros.
O presidente aparece como "líder" do projeto que o candidato tucano pretende levar adiante em São Paulo.
Na segunda-feira, FHC participará pessoalmente da cerimônia de liberação da primeira parcela de R$ 1,4 milhão do financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a retomada das obras do metrô -carro-chefe da campanha tucana.
Apoio explícito
Na solenidade, em Itaquera, FHC não se negará a manifestar seu apoio a Serra. O presidente irá a São Paulo disposto a reiterar, quantas vezes for provocado, que votará no candidato tucano.
Mas FHC decidiu se preservar à noite. Ele não irá ao jantar para mil pessoas no Clube Pinheiros (zona oeste) de apoio a Serra.
Já confirmaram a presença os ministros Sérgio Motta (Comunicações), Paulo Renato Souza (Educação), Luiz Carlos Bresser Pereira (Administração), Antônio Kandir (Planejamento) e Clóvis Carvalho (Casa Civil), o primeiro escalão do governo do Estado e todo o comando do PSDB. Todos eles endossam o manifesto.
O governo espera que os primeiros sinais de recuperação de Serra nas pesquisas se transformem em uma nova tendência da campanha em São Paulo. A segunda-feira deverá marcar o auge da "mobilização" pró-Serra.
Dinheiro rápido
A retomada das obras do metrô é um dos pilares da campanha de Serra e foi assegurada em contrato de financiamento de R$ 506,4 milhões, fechado com o BNDES na semana passada.
O dinheiro será liberado em 26 parcelas mensais.
O governo do Rio de Janeiro assinou contrato semelhante com o BNDES em abril, para financiamento de R$ 241,7 milhões. O dinheiro deverá começar a ser liberado em outubro.
Um pedido de empréstimo de R$ 255 milhões feito pelo governador Cristovam Buarque (PT) para a retomada das obras do metrô continua sob análise do banco. O manifesto que o comando da campanha tucana preparou é mais um dos ataques ao candidato do prefeito Paulo Maluf, o pepebista Celso Pitta.
O manifesto apela para os efeitos do Plano Real e diz que "junto com a inflação, foi varrido também um estilo de fazer política de fachada, que realiza obras meramente eleitoreiras, valendo-se de um pesado esquema de marketing para anestesiar a população com falsas ilusões".
Sem citar o nome de Maluf, o documento afirma que FHC "expurgou da vida pública os escândalos, a corrupção e as negociatas".
A mesma estratégia "de reconquista da classe média" inspira o jantar no Clube Pinheiros -uma tradição na campanha de tucanos em São Paulo.
Os convidados, inclusive os ministros, pagaram R$ 20 pelo convite para o jantar.

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