São Paulo, sábado, 7 de setembro de 1996
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Relatório faz críticas ao PAS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório final da 10ª Conferência Nacional de Saúde condenou os modelos alternativos que introduzem a privatização da gestão nos serviços de saúde.
O documento faz críticas explícitas ao PAS (Plano de Assistência à Saúde), que foi chamado de "anticonstitucional" e "foco de clientelismo e corrupção".
Segundo Eurípedes Carvalho, representante dos médicos na comissão organizadora, modelos como o PAS ameaçam o direito universal à saúde, que está na Constituição.
"O PAS também é inconstitucional porque a gestão dos serviços de saúde tem de ser pública e não privada, como é o caso do plano do (Paulo) Maluf (prefeito de São Paulo)", disse Carvalho.
A moção contra o PAS foi apresentada pela delegação de São Paulo e aprovada por unanimidade pelos 1.400 delegados.
A gestão privada dos serviços básicos de saúde foi considerada foco de corrupção porque inviabiliza o controle público dos gastos.
"O PAS tem verba de R$ 1 bilhão. É muito dinheiro nas mãos de cooperativas privadas e não há como a sociedade ter certeza de que ele está sendo utilizado corretamente", afirmou o representante das entidades filantrópicas, Carlos Alberto Komora.
Carvalho disse ainda que o PAS foi formado por "dez falsas cooperativas que reuniram amigos do prefeito Paulo Maluf".
"As supostas cooperativas que formam o PAS não estão registradas no Conselho Regional de Medicina. Ou seja, elas não existem, são um engodo", completou Gilson Cantarino O'Dwyer, presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde.

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