São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Serra tem visão social das coisas

DA REPORTAGEM LOCAL

José Serra (PSDB) nasceu na Mooca (zona leste), e Sandra Regina Caldeira Troise, 19, também. Ela vai votar nele, mas as analogias param por aqui.
Sandra é bem mais extrovertida e de sorriso menos contido que o de seu candidato. Ela o viu pessoalmente uma única vez, quando ele fez palestra na Universidade São Judas, onde cursa o primeiro ano de direito.
Mas não é por causa da palestra ou da Mooca que a decisão do voto surgiu. Sandra se diz interessada por política -"Eu leio com atenção os jornais desde os 14 anos!"- e acredita ser uma tucana discreta, "sem estardalhaços".
Pouco a ver com a o tipo de politização da geração de estudantes dos tempos de Serra, quando a militância virava obsessão. Sandra frequenta bares e gosta de dançar.
Assiste a Rede Globo ou a HBO, lê Paulo Coelho e os livros da faculdade. Gosta de esportes, fez natação e aeróbica e se diz vaidosa.
Ou seja, não tem hábitos diferenciados de uma jovem não-tucana. Por que, então, a escolha?
"Ele é experiente, tem uma visão social das coisas. Um dos livrinhos de campanha que distribuiu é sobre o direito do trabalhador."
Diz acreditar que seu candidato é o mais capacitado para resolver problemas que julga essenciais. Menciona os sem-teto, as deficiências das escolas e a violência.
É por analogia com FHC ("...o melhor presidente que a gente poderia ter") que ela diz ter chegado ao concorrente à prefeitura que pertence ao mesmo partido.
Mesmo se dizendo convicta de sua escolha, Sandra não faz as vezes de cabo eleitoral. Não tenta convencer o pai e a mãe, advogados e ambos ainda indecisos, e tampouco o namorado, que está na mesma condição.

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