São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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JUCA KFOURI

Maracanã, Flamengo e Corinthians. Domingo. Com sol, se Deus quiser. Jogo para casa cheia, sem dúvida. Os dois vêm de vitórias e são os times mais populares do país.
Só faltava definir um pequeno detalhe até o final da tarde da última sexta-feira: a que horas seria o jogo?
Parece mentira.
Às seis da tarde ou às sete da noite? Por que não pela manhã?
Parece mentira.
Assim caminha o Campeonato Brasileiro que o diretor técnico da CBF queria moralizar.
Em tempo: o jogo será às sete. Sem sol, sem casa cheia e por míseros tostões da TV.
*
Já se passaram 12 anos e o ex-jogador Mário Sérgio continua achando que é o rei da malandragem. Até hoje ele diz que houve armação no episódio que redundou em sua suspensão por uso de doping quando defendia o Palmeiras num jogo diante do São Paulo.
Tudo bem, direito dele, embora seus argumentos sejam tão inconsistentes -na verdade ele nem argumenta com seus indefectíveis "a nível" disso ou "a nível" daquilo. Ele apenas diz que foi armação, apesar de ter sido pego simplesmente pelo Laboratório de Análises Toxicológicas da Universidade de São Paulo. Entre Mário Sérgio e a USP, fica na dúvida quem quiser.
Mas o fato é que, sabe-se lá se ainda como sequela de tanta química, outro dia o agora professor de futebolês andou revelando que nem entende mais o que lêem para ele.
Acusou de falta de coerência este colunista, que investigou e denunciou diversos casos em que ele usou estimulantes para jogar na época de sua suspensão.
E falta de coerência por quê? Porque, aqui, escrevi que era um absurdo não se revelar que tipo de estimulante foi usado pelos jogadores Dinei e Élcio.
Exatamente a mesma posição de 12 anos atrás. E os fatos posteriores, com a corajosa admissão de uso de cocaína por parte de Dinei, comprovaram o óbvio: diferentemente de Mário Sérgio, Dinei não usou uma substância proibida para levar vantagem sobre seus adversários.
Se não faltou ao jovem defensor do Coritiba a coragem que o já veterano jogador do Palmeiras não teve à época, é problema dele.
Que não abuse, no entanto, da inteligência dos telespectadores. Por mais que ainda não se exija antidoping para fazer uso de pobres microfones.

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