São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Doping previsível

TELÊ SANTANA

Os casos de doping no Brasileiro, dos jogadores Dinei, do Coritiba, e Élcio, do Paraná Clube, não me surpreendem.
Não pelos jogadores. Mas, nós que trabalhamos no meio, sentimos de longe que o problema existe. E é preciso combatê-lo.
Quando trabalhava no São Paulo, precisávamos pagar até os exames dos adversários para que o teste antidoping fosse feito.
A Federação Paulista de Futebol se recusava a custear o processo.
Resultado: os exames só eram feitos nos jogos do São Paulo.
Hoje, parece que os dirigentes se conscientizaram da necessidade de se fazer antidoping em todas as partidas.
Se o atleta sabe que o exame não será feito, a possibilidade dele se dopar é muito maior.
*
Já estamos na nona rodada do Campeonato Brasileiro, e o torcedor ainda não apareceu.
Os estádios vazios começam a preocupar.
As causas para essa ausência de torcida são várias: calendário mal planejado, mau futebol, preços altos, transporte difícil, horários ruins e excesso de jogos na televisão.
Precisamos rever tudo isso para trazer o torcedor de volta.
Sem ele, o espetáculo perde o brilho.
É duro ver os estádios norte-americanos e japoneses lotados. E os nossos completamente vazios.
Lá, o futebol ainda é incipiente. E aqui, é o país do futebol.
Mesmo sem torcida, o nível técnico do Campeonato Brasileiro tende a subir.
O torneio ainda está muito nivelado.
A partir do momento em que os árbitros coibirem mais a violência, a coisa vai melhorar.

E-mail:tele@wgserver.cyberland.com.br

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