São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996![]() |
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Minas já foi mar
VANESSA DE SÁ
Parece roteiro de filme de ficção, mas não é. O estudo de um pesquisador brasileiro e de um norte-americano concluiu que a atual região do Triângulo Mineiro foi coberta por águas marinhas durante um breve período do final da "era dos dinossauros", o Cretáceo. "O carro-chefe da constatação de uma invasão marinha foi a descoberta de radiolários, que são animais exclusivamente marinhos", diz Dimas Dias-Brito, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro (SP). Segundo ele, a invasão do mar nessa região teria durado pouco tempo. A rocha onde foram encontrados os radiolários, animais do mesmo grupo das amebas, é "fina". "Ainda não há nenhuma evidência de um 'pacote marinho' espesso abaixo e acima desse silexito (rocha). A idéia é que o mar teria se retirado rapidamente." Outros tempos Há cerca de 140 milhões de anos, no início do Cretáceo, a África e a América do Sul estavam coladas. Mas, entre 130 milhões e 110 milhões de anos, começou a se abrir uma fenda entre os continentes. Com o alargamento dessa fenda, surgiu o oceano Atlântico, há cerca de 115 milhões de anos. Entre esses dois momentos o mar invadiu o Brasil. A idéia de que a região teria sido coberta pelo mar surgiu em 1991, quando a pesquisadora Senira Kattah encontrou evidências de que algumas rochas da região da cidade de Patos de Minas (Triângulo Mineiro), teriam radiolários. Em 1995, Dias-Brito e Emile Pessagno, da Universidade do Texas, voltaram à região e confirmaram a descoberta de Kattah e classificaram os microfósseis. Eles estavam "presos" no silexito, um tipo de rocha conhecida popularmente como "pedra-fogo". Texto Anterior: INFORMÁTICA; EDUCAÇÃO; A PALAVRA; FECUNDIDADE; ARQUEOLOGIA; TECNOLOGIA; DINOSSAUROS; BOTÂNICA; SAÚDE Próximo Texto: 'Praia' mineira pode ter ficado no Pacífico Índice |
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