São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Empresa de 'motoboy' exige R$ 10 mil

PRISCILA LAMBERT

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Interessado pode optar por motoqueiro autônomo ou frota própria; faturamento vai de R$ 15 mil a R$ 60 mil

Prestar serviços de entregas com motoqueiros é uma atividade que dá bons lucros em cidades com muitas empresas.
Segundo empresários do setor, o investimento inicial pode ficar em R$ 10 mil. O faturamento vai de R$ 15 mil a R$ 60 mil, com margem de lucro entre 10% e 30% do total.
O serviço de "motoboy" pode começar de duas formas. Na primeira, a mais cara, o empreendedor compra as motos e os acessórios e contrata os motoqueiros.
Nesse caso, o investimento aumenta, já que cada moto CG 125 nova custa R$ 2.885 (tabela). As motos também podem ser usadas.
"A moto própria entra no patrimônio da empresa e precisa ser declarada no Imposto de Renda", afirma Ronaldo Dotta, 46, sócio-diretor da RRJ Express, aberta em 1987. Segundo ele, o custo mensal de um motoqueiro contratado é de R$ 1.800. A empresa tem hoje 385 funcionários.
Na segunda opção, o empresário contrata motoqueiros autônomos com moto. Assim, o custo fixo diminui, já que o motoqueiro é quem arca com o seguro.
Para funcionar, a empresa precisará de pelo menos uma linha telefônica e um "pager" para cada motoqueiro, além do escritório.
"Começamos com dois motoqueiros autônomos. Ficamos só com os gastos de mecânico, convênio médico e seguro de vida", afirma David Alves de Lima Kreszow, 26, sócio-diretor da Lig Boy.
Ele recomenda que a empresa comece com um computador, uma impressora e um mecânico.
Outra boa dica é firmar um convênio com posto de gasolina, para os gastos com combustível.
"O fundamental é ter um departamento comercial forte ou uma pessoa que saiba vender o serviço e conseguir clientes fixos."
Além disso, é preciso fazer um controle rigoroso dos gastos para que a empresa não quebre no início. "Com isso, o retorno pode vir entre seis meses e um ano."
Segundo empresários do setor, o serviço de "motoboy" é mais usado por empresas que precisam despachar malotes contábeis e pequenas mercadorias. "Todas as entregas devem ser comprovadas por protocolo", afirma Sebal.
Para incrementar o movimento, a Lig Boy criou o serviço noturno que funciona até as 24h. Para esse trabalho, o preço é 30% maior.
O faturamento da empresa varia de R$ 50 mil a R$ 60 mil por mês.
Outra preocupação dos empresários é a imagem da empresa. "Todos os motoqueiros são uniformizados e têm seguro contra acidentes", diz Sebal.
Há quatro anos no mercado, a Transervice tem 10 motoqueiros contratados e 15 avulsos e optou por contratos fixos com empresas.
"Os contratos são por prazo indeterminado, mas só podem ser rescindidos com 30 dias de antecedência", afirma Francisco Pereira dos Santos, 27, dono.
Para um mês de serviço fixo, a Transervice cobra R$ 1.350, em média. Para avulsos, R$ 12 a hora.
Santos adverte aos interessados em entrar no setor que um grande problema é a concorrência de motoqueiros independentes.
"Eles oferecem seus serviços por preços mais baixos do que os cobrados no mercado", afirma.

LEIA MAIS sobre "motoboys" na pág. 9-2 e 9-12

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