São Paulo, segunda-feira, 9 de setembro de 1996
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Hora da verdade; Soco no queixo; Reino malufista e tucano; Instinto de preservação; Temor malufista; Acharam o eixo; Promessa de ocasião; Cobertor curto; Rebelião federal; Para as calendas; Situação difícil; Dança das cadeiras; Fogo alto; Pior dos mundos; Inversão de papéis; Problema de plantão

Hora da verdade
Estrategistas de Pitta, Erundina e Serra afirma que esta será a semana decisiva da eleição paulistana. O malufismo, que prefere enfrentar o PT no 2º turno, vai bater forte no tucano na TV.

Soco no queixo
A decisão do PT de priorizar os ataques a Serra na campanha paulistana foi mais uma derrota do grupo próximo a Luiza Erundina, que desde o começo insistiu na linha light. Mais um ponto para direção nacional.

Reino malufista e tucano
Para um cacique petista, é preferível perder a eleição no primeiro turno do que o partido ficar de fora na segunda etapa. Pois seria feita a seguinte leitura nacional: o PT deixa de ser a segunda força em São Paulo.

Instinto de preservação
FHC foi aconselhado a entrar com moderação na campanha de Serra. Para deixar um caminho de recuo, caso não se confirme a tendência de subida do PSDB nas pesquisas. Por isso, não vai ao jantar de adesão hoje.

Temor malufista
A um interlocutor, Duda Mendonça, que faz a campanha de TV de Pitta, deixou claro que prefere enfrentar Erundina a Serra no 2º turno paulistano.

Acharam o eixo
O comando da campanha de Serra avalia que encontrou a embocadura ideal para o discurso contra Pitta, após um vai-e-vem retórico no horário eleitoral. A idéia e bater na tecla do metrô e de que o PPB vende ilusões.

Promessa de ocasião
O programa de TV de Pitta intensificará os ataques a Serra. Tentará mostrar que ele mente ao se dizer pai da ressurreição do metrô. Será dito que isso é tarefa de Covas, que está no Bandeirantes há dois anos e nada fez.

Cobertor curto
Nas críticas a Serra no horário eleitoral, o malufismo dirá que, se a Prefeitura de São Paulo optar por fazer metrô, não haverá dinheiro suficiente para investir em saúde, educação e habitação.

Rebelião federal
Liderados por Goiás, governadores do Centro-Oeste, Norte e Nordeste ameaçam virar a mesa na votação do projeto que desonera as exportações de ICMS, no Senado. Desconfiam que Kandir (Planejamento) os enrolou.

Para as calendas
O projeto que tira o ICMS das exportações acaba com a farra fiscal promovida por alguns Estados. Assunto que os governadores só gostariam de discutir na reforma tributária. Que não tem data para ser votada.

Situação difícil
Se o Senado modificar o projeto do ICMS, ele terá que voltar à Câmara. Os portos estão abarrotados à espera de uma decisão. O Planalto negocia acordo que pode levar FHC a vetar os artigos que impedem os incentivos.

Dança das cadeiras
O Planalto cogita tirar Raimundo Brito da pasta das Minas e Energia na reforma ministerial. Há um problema para alojá-lo na Petrobrás, como quer o PFL: o tucano Andrea Calabi sonha com a presidência da estatal.

Fogo alto
No Palácio do Planalto, é tido como certo que Ana Peliano, secretária-executiva do Comunidade Solidária, deixará o programa na reforma ministerial.

Pior dos mundos
O PT carioca avalia que irá para o 2º turno. Está dividido entre voto nulo e apoio envergonhado a Sérgio Cabral (PSDB). Considera-se que Marcello Alencar está à direita de Cesar Maia, mas que é impossível apoiar o PFL.

Inversão de papéis
De caça, o líder do PTB, Pedrinho Abrão (GO), passou a caçador do governo federal. Além de juros, está cobrando na Justiça cerca de R$ 140 mi por mais de oito anos de atraso no aluguel de seus armazéns à Conab.

Problema de plantão
FHC tem se mostrado preocupado com os sem-terra. Teme que eventual radicalização do MST e dos ruralistas possa provocar mortes no campo, com efeito eleitoral imponderável para candidatos governistas.

TIROTEIO
De Mercadante (PT), vice de Erundina, sobre a alegria dos tucanos com oscilação positiva de Serra nas pesquisas eleitorais:
- O Serra foi fazer uma cavalgada para comemorar alguns pontinhos nas pesquisas, mas ele vai cair do cavalo na hora em que as urnas forem abertas.

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