São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Relator é contra quebra do sigilo bancário para fiscalizar a CPMF

Governo insistirá na proposta para o novo imposto do cheque

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dispositivo que permite a quebra de sigilo bancário, previsto no projeto que regulamenta a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), será considerado inconstitucional por um dos relatores da proposta na Câmara.
O deputado José Luiz Clerot (PMDB-PB), relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, afirmou que "a quebra do sigilo só pode ser feita com a autorização judicial" e deve ser retirada.
O relator do projeto na Comissão de Finanças e Tributação, Manoel Castro (PFL-BA), defende definição das condições em que poderá haver a quebra de sigilo bancário.
Três comissões na Câmara estão analisando o projeto, pois a proposta chegou ao Congresso com pedido de urgência do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Além de Clerot e Castro, o projeto está com o relator Darcísio Perondi (PMDB-RS) na Comissão de Seguridade Social e Família.
O projeto estabelece que as instituições financeiras terão de prestar à Receita Federal "as informações necessárias à identificação dos contribuintes e os valores globais das respectivas operações".
O governo vai tentar aprovar hoje na Câmara o pedido para votar com urgência o projeto.
A intenção do governo de aprovar o projeto na Câmara até amanhã esbarra na polêmica da quebra do sigilo e na dificuldade de obter quórum nesta semana. Hoje, os governistas se reúnem para definir posição sobre o tema.
"Sem a quebra de sigilo, a fiscalização fica prejudicada", disse o líder do governo na Câmara, Benito Gama (PFL-BA).

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