São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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'Batman' supera fantasia

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

"Batman" (HBO, 16h15) é quase um milagre: um filme de enorme orçamento (baseado no célebre personagem das histórias em quadrinhos), com lançamento colossal, um típico "blockbuster", e no entanto um trabalho que consegue observar agudamente nosso mundo.
Na época (1989), as carpideiras de plantão já existiam, como agora. Proclamavam a nulidade do filme, apoiados em argumentos que ninguém mais lembra direito.
"Batman", no entanto, ficou -como se diz. O sombrio olhar de Tim Burton para a América (disfarçada de Gothan City) exacerba a fantasia. Mas, enquanto diverte o espectador, vai aos poucos envolvendo-o em sua visão quase tétrica de um mundo tão contente consigo mesmo.
É verdade que Burton iria mais longe e faria melhor no segundo exemplar da série. Não é menos verdade que "Batman", este primeiro, já pensa o cinema como uma fantasia que, por tocar em cheio o universo infantil, nem por isso abdica do dever de pensar o universo em geral.
(IA)

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