São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996 |
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Vacina protege macacos contra o vírus HIV
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Uma vacina conseguiu proteger contra o vírus da Aids 57% dos macacos infectados para um teste feito por Thomas Lehner, do Hospital Guy, de Londres.A pesquisa foi apresentada na reunião da Sociedade Britânica para o Progresso da Ciência. A vacina, feita a partir de amostras de HIV modificado geneticamente, foi injetada em sete macacos infectados com o vírus. O estudo foi publicado em julho na revista "Nature Medicine". Os animais haviam sido infectados por via retal, a fim de simular o modo de transmissão do HIV mais comum em todo o mundo. A vacina foi então injetada na virilha dos macacos, onde estão localizadas glândulas linfáticas. As glândulas, também chamadas nódulos linfáticos, têm a função de filtrar partículas estranhas, como vírus e bactérias, evitando que elas penetrem na corrente sanguínea e causem infecção. É ali também que são produzidos os linfócitos, um dos tipos de células do sistema de defesa humano. Respostas diferentes Segundo Lehner, os animais responderam de vários modos à vacina. Quatro deles mostraram imunidade (defesa) completa. Um deles apresentou níveis intermediários do vírus HIV e os dois outros tiveram uma redução de 90% nos níveis virais. Segundo o pesquisador, 13 de 14 macacos expostos ao HIV, mas não imunizados, apresentaram altos níveis de vírus. "Não sabemos quanto tempo a proteção dura", disse. Os animais foram mortos e autopsiados após seis meses. "Não sabemos o suficiente ainda", disse Ann Ress, do Jefferis Research Trust Laboratories. Segundo ela, a vacina não deve ser testada em humanos em menos de cinco anos. Problemas Um dos problemas é que o HIV não infecta naturalmente macacos, e não é possível infectar humanos para testar a vacina. Os macacos são acometidos por uma doença que ataca o sistema imune, muito parecida com a Aids, mas causada por um vírus chamado SIV. Hoje cientistas são capazes de modelar o exterior e interior de um vírus e "construir" proteínas exatamente iguais às proteínas do HIV. A vacina de Lehner carrega uma proteína do HIV chamada gp-120, que faz parte do envelope do vírus, e a p-27, uma proteína que fica dentro do vírus. A vacina induz o sistema imune a reconhecer e atacar qualquer coisa que contenha essas proteínas. "Com técnicas de genética molecular podemos desarmar um vírus", disse Douglas Young, do Escola de Medicina do Imperial College em Londres. Texto Anterior: Muçulmanos filipinos votam após 28 anos; Internacional Socialista realiza 20º congresso; ONU debate o fim dos testes nucleares; Clinton pede US$ 1,1 bi contra o terrorismo; Justiça francesa libera livro sobre Mitterrand Próximo Texto: Planetas e estrelas se formam ao mesmo tempo Índice |
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