São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996
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Trégua faz morador voltar a Cantagalo e Pavão-Pavãozinho

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Moradores dos morros do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho (zona sul do Rio) começaram ontem a voltar para suas casas.
A tranquilidade da comunidade se deve à trégua dos últimos dois dias na guerra pelo controle do tráfico de drogas.
A polícia permanece na favela, à procura de traficantes, drogas e armas.
Ontem, 75 policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do 19º e 23º BPMs (batalhões de polícia militar) vasculharam a parte alta do Pavão-Pavãozinho e entraram em matagais onde os traficantes poderiam estar acampados.
A polícia procura uma metralhadora de tripé, antiaérea, de grosso calibre, que teria sido vista na sexta-feira em poder de traficantes.
"No sábado, apreendemos munição dessa arma. O equipamento é do Exército. Derruba até avião. Essa arma foi usada na 2ª Guerra Mundial", disse o comandante do 23º BPM (Leblon), coronel Paulo Afonso Cunha.
Promessa
A polícia acredita que a maioria dos traficantes invasores já tenha fugido, talvez por um matagal que dá acesso ao bairro da Lagoa (zona sul).Os policiais prometem sufocar o tráfico de drogas na favela.
"Os traficantes estão esperando a polícia sair para voltar para o morro. Mas não sairemos", disse.
"Nosso trabalho agora é não permitir que traficantes antigos voltem a controlar a favela", afirmou o comandante.
A guerra pelo controle do tráfico de drogas começou na quinta-feira e deixou nove mortos, entre eles Damiana Carvalho Manhães, 14.
Segundo a polícia, um bando de traficantes, expulso do morro no final de 95, estaria de volta, reforçado por supostos soldados do tráfico dos morros da Mangueira, Borel (ambos na zona norte) e Vidigal (zona sul).

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