São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996 |
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Brasil vira ferro-velho na rota do rock n'roll
BARBARA GANCIA
Afinal, em 1967 eu ainda lambia sabão ao som dos disquinhos coloridos em 45 rotações do Topo Gigio. Fui me ligar em Lou Reed mais tarde, quando ouvi pela primeira vez o LP "Transformer", que inclui faixas antológicas, como "Take a Walk on the Wild Side", "Vicious" e "Perfect Day". Reed é o tipo de cara que poderia muito bem ter dado origem ao termo "cool". Seguia os ensinamentos (se é que se pode chamar aquele amontoado de lixo de ensinamento) de William Burroughs, era chapinha de Andy Warhol, que, aliás, fez a banana da capa do LP "Velvet Underground", e formava com Patti Smith (que fim terá dado?) uma dupla do mesmo teor corrosivo de Kurt Cobain e Courtney Love. Só não acabaram tão mal porque Reed resolveu inventar uma tal de androginia e cada um foi procurar sua turma. Não fui ao show de Lou Reed esta semana no Palace. Soube que estava assim de quarentão queimando fumo e que Reed, muito do antipático, empurrou uma fotógrafa da Folha que tentou chegar junto. Não me interessei pelas apresentações de Lou Reed em Sampa por conta de uma birra particular com esse negócio de roqueiro em fim de carreira que inclui o Brasil em sua rota de shows. Só para se ter uma idéia, além dos Rolling Stones e do AC/DC, outros grupos da época da guitarra Gibson à lenha estão pintando por aí. Um deles é o Sex Pistols. Sim, o Sex Pistols do Sid Vicious, que está sob sete palmos de terra há trocentos anos. E o Men at Work? Para todos os efeitos o grupo australiano não existe mais. Só se junta, os vi confessar no "Programa Livre" do Serginho Groisman, para vir tocar no Brasil quando o bolso aperta. Isso sem contar os Ray Coniffs e os Richard Claydermans da vida, que a cada 15 dias baixam nestas bandas para ganhar um troco em cima dos otários aqui. Texto Anterior: Campanha arrecada recursos para a PM Próximo Texto: Oito ou oitenta; Desafinadérrima; Forza Azzurri! Índice |
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