São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996
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Pai de Diogo diz que batia na ex-mulher

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

A maior surpresa durante a audiência para decidir o destino de Diogo Moreira foi a presença de seu pai verdadeiro, o desempregado Agnaldo José Santana, 29.
Até as 19h de ontem, a audiência, no Juizado da Infância e Juventude do Amazonas, em Manaus (AM), ainda não havia terminado.
O juiz poderia decidir entregar a guarda do menino à mãe, Ângela Regina Moreira, ou ao pescador João Bossi, que o levou para o Paraná pensando que ele fosse seu filho desaparecido, Leandro Bossi.
Poderia ainda, de acordo como promotor Públio Caio Bessa Cirino, decidir colocar temporariamente o menino em um abrigo de menores junto com a mãe.
Segundo o promotor, a convivência entre eles poderia ser avaliada por uma equipe, que elaboraria um estudo psicossocial.
Diogo reconheceu o pai, abraçou-o e o chamou de "paizinho".
Em entrevista à Agência Folha, Santana disse que batia na mãe de Diogo, que acabou fugindo de casa. Agora, ele acha que o menino deve ficar com ela.
Santana confirmou que deixou com outras famílias os filhos que ficaram com ele depois que a mulher saiu de casa. Na próxima semana, deve sofrer uma cirurgia para tirar uma pedra dos rins.
*
Agência Folha - É verdade que o senhor batia na sua ex-mulher?
Agnaldo José Santana - É. Eu brigava com ela, sim. Ela dizia que ia embora e levaria as crianças. Eu falava que matava ela se fizesse isso. Aí ela fugiu e levou só a Letícia.
Agência Folha - Com quem o senhor acha que o Diogo deve ficar?
Santana - Acho que deve ficar com a mãe. O João Bossi que vá procurar o filho dele.
Agência Folha - Por que o senhor abandonou os meninos?
Santana - Eu não abandonei. Deixei eles com uma família porque estava doente e não tinha como cuidar deles.
Agência Folha - Quando foi a última vez que o senhor viu o Diogo?
Santana - Faz mais ou menos um ano.
Agência Folha - O senhor sabia que ele era maltratado na casa onde estava?
Santana - Não. Ele não me disse nada.

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