São Paulo, quinta-feira, 12 de setembro de 1996
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Detentos causam incêndio no 26º DP

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 90 presos do 26º DP, no Sacomã (zona sul), se rebelaram e provocaram um incêndio no pátio da delegacia, na tarde de ontem, em protesto contra o fim do dia de visita.
A manifestação foi controlada no início da noite. Não houve fuga e nenhum preso ficou ferido.
A rebelião começou depois de a delegada titular, Ivanete Oliveira Velloso, proibir a visitação como punição por problemas disciplinares, às 11h da manhã.
"Eles criaram problemas e, como castigo, proibi a visita", disse Velloso, a delegada mais antiga do Estado (no cargo desde 1975).
Revoltados, os presos serraram grades e quebraram os cadeados de quatro das cinco celas. Às 17h, invadiram o pátio da carceragem e atearam fogo nos colchões.
Dois carros do Corpo de Bombeiros foram ao local e, em poucos minutos, controlaram o incêndio.
Armados com pedaços de metal, os presos continuaram no pátio. O clima de tensão aumentou após uma tentativa de fuga.
Apenas oito policiais civis trabalham na delegacia. No início da noite, receberam o apoio do GOE (Grupo de Operações Especiais).
Às 19h30, os cinco líderes do movimento foram algemados e levados a uma sala para conversar com o delegado titular do 96º DP, no Brooklin, Romeu Tuma Júnior, que auxiliou na negociação. Com a promessa de ser beneficiados com a volta do dia de visita, os presos se recolheram às celas.
Lotação
A carceragem do 26º DP tem capacidade para abrigar 35 detentos. Hoje, há 98 presos amontoados nas cinco celas.
Nos últimos quatro finais de semana a delegacia viveu momentos de tensão, com tentativas de fuga e de rebelião.
Segundo um dos líderes da rebelião de ontem, Cláudio Costa, 21 (preso por roubo), "não tem nem água na delegacia." A delegada deve negociar hoje a transferência de parte dos presos para algum presídio da capital.
Litoral
Cinco presos fugiram na madrugada de ontem da cadeia do 1º Distrito Policial de São Vicente (67 km a sudeste de São Paulo).
Eles serraram as grades da cela 31 e escaparam por um buraco no teto, às 3h de ontem.
Um agente de plantão acionou o alarme quando viu dois homens correndo. De oito fugitivos, três foram recapturados antes de fugir. A cadeia tem capacidade para 64 presos, mas abrigava 200.
Entre sábado e segunda-feira, 104 detentos fugiram de duas cadeias públicas em Praia Grande (82 km ao sul de São Paulo).

Colaborou a Agência Folha, em Santos

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