São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Geisel sugeriu criação do SNI

DA SUCURSAL DO RIO

Em texto de 1951 produzido na ESG (Escola Superior de Guerra), o tenente-coronel Ernesto Geisel defendeu a criação do Serviço Federal de Informações.
A criação do órgão é justificada pela necessidade de diminuir a influência da propaganda comunista no País. O texto ressalta que a criação do Serviço estava prevista pelo regulamento da secretaria geral do Conselho de Segurança Nacional.
O SNI -Serviço Nacional de Informações- viria a ser criado 13 anos depois, em junho de 1964, poucos meses depois do movimento que depôs João Goulart. Geisel foi um dos principais articuladores do movimento.
O primeiro chefe do SNI foi o general Golbery do Couto e Silva, oficial também oriundo da ESG e que seria chefe do Gabinete Civil da Presidência no governo Geisel.
Escrito em parceria com o irmão Henrique Geisel, na época também tenente-coronel, o texto "Mobilização Psicológica" reflete o espírito anticomunista existente na ESG -que viria a fornecer o ideário do movimento de 1964.
Depois de analisar o papel da guerra psicológica em conflitos no século 20, os irmãos Geisel procuram revelar os riscos da propaganda comunista no Brasil.
A criação do Serviço Federal de Informações seria a forma mais eficaz de atuar na "informação e contra-informação". Segundo eles, "em caso de guerra contra a Rússia", os comunistas brasileiros poderiam "prestar informações sobre nossas tropas".

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