São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996 |
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'Antarctica Artes com a Folha' recupera Niemeyer
DA REPORTAGEM LOCAL "Esse é o gênio de Oscar Niemeyer." A fala do arquiteto Paulus Magnus, 32, não se refere a uma cidade, ponte ou memorial, mas ao antigo prédio da Prefeitura de São Paulo.Um edifício que, a partir das 11h do próximo dia 29, se converterá, com a mostra "Antarctica Artes com Folha", no mais novo espaço de exposição da cidade. Magnus é o arquiteto responsável pelos projetos de reforma e montagem do primeiro andar do pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Ibirapuera, zona sul. Inaugurado em 1954, quando a cidade recebeu também os pavilhões da Bienal, o lugar foi, até 1992, sede da prefeitura. Depois da mudança do governo municipal para o Palácio das Indústrias, o prédio passou para as mãos da Secretaria de Estado da Cultura, que tinha a intenção de transformá-lo em um museu. Mas, como o governo não tinha condições de realizar as obras, o projeto teve que ser adiado. Esse foi o momento em que a produtora Bia Aydar, da Face Comunicações -e que pertence também à comissão organizadora do "Antarctica Artes com a Folha"-, entrou em cena. "Nós queríamos realizar a exposição em um espaço perto da Bienal, no Ibirapuera. Falei com o secretário da Cultura, Marcos Mendonça, que concordou em ceder o lugar em troca das reformas que realizaríamos", diz Bia. Interferências Para abrigar obras dos 62 artistas nos 6 mil metros quadrados ocupados pela exposição, foram gastos 30% do orçamento do projeto, o que equivale a US$ 300 mil, divididos em US$ 150 mil para reforma e US$ 150 mil para montagem. A intenção, somando essas duas "interferências" no prédio, é resgatar um conceito de "espaço interdisciplinar": "Minha intenção", diz Paulus Magnus, "foi recuperar o Niemeyer. O pavilhão tem a natureza de abrigar qualquer coisa. As interferências não são um contraponto". Isso significa, para os planos da mostra, criar uma atmosfera de integração. Um sistema que dê densidade à exposição, permitindo que cada artista tenha seu lugar e, para o visitante, o percurso ocorra de maneira uniforme. Uma integração, agora de outro gênero, que se estende para os espaços vizinhos. Bia Aydar, que considera o pavilhão Padre Manoel da Nóbrega uma verdadeira conquista, espera, por meio de uma divulgação conjunta entre a Fundação Bienal e os museus de arte contemporânea e moderna, que o público tenha agora uma nova chance. "Em um único dia, uma pessoa poderá ver o artista consagrado na Bienal e conhecer os novos nomes no "Antarctica Artes com a Folha". Sem falar em Niemeyer e seus prédios. Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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