São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
O Rappa persegue rótulo de internacional
SYLVIA COLOMBO
"Queremos vender lá fora como se fossemos uma banda de world music", diz Marcelo Yuca, baterista e letrista da banda carioca. Nascido em 1994, O Rappa tinha em seu projeto original a preocupação com o experimentalismo. Colocaram na mesma panela samba, soul, funk, rap e reggae, tudo recheado de samplers e guitarras. "Não era uma mistura aleatória, era a busca de um som dançante com temática brasileira", diz Yuca. A banda acaba de lançar o seu segundo disco, "O Rappa-Mundi", pela Warner. "Olha o rapa!" O nome da banda vem do grito corriqueiro entre comerciantes de rua. "Olha o rapa!" significa a chegada da polícia. O Rappa lançou seu primeiro disco em 94. O álbum -sem título-, encabeçado pelo hit "Todo Camburão tem um Pouco de Navio Negreiro", trazia uma releitura de Jorge Ben Jor e participação especial de Bezerra da Silva. O som A fórmula musical é simples. Sobre uma linha estabelecida de baixo e bateria, criam-se -ou não- as melodias. O resto são guitarras e ruídos, samplers e scratches. As letras giram em torno de um universo definido: racismo, crime, preconceito e pobreza compõem o cenário das músicas, desta vez voltadas para a "globalização cultural". "Não queremos mudar nada, mas só falar de coisas que acontecem aqui no dia-a-dia." A maioria das músicas é do próprio Yuca, mas o grupo incluiu também algumas releituras, como "Vapor Barato", de Jards Macalé e Waly Salomão. O encarte traz a relação das ONGs que apóiam, como o Projeto Axé e o Surf Favela. Disco: O Rappa Mundi Lançamento: Warner Preço: R$ 18 (o CD, em média) Texto Anterior: DeFalla volta mutilado Próximo Texto: Pasta sonora é previsível Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |