São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Prefeitura desapropria cinco terrenos

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo está desapropriando cinco terrenos na avenida Ibirapuera, no Jardim Luzitânia (zona sul), para dar continuidade às obras de "acomodação" do Complexo Viário Ayrton Senna.
Além dos dois túneis que passam sob o parque Ibirapuera e de um viaduto que liga as avenidas 23 de Maio e Ibirapuera (já em funcionamento), o complexo terá quatro viadutos -sistema viário chamado de Cebolinha.
Esse complexo vai interligar as vias Pedro Álvares Cabral, Rubem Berta, Sena Madureira e 23 de Maio (veja quadro nesta página).
Dessa forma, o início da avenida Ibirapuera vai se tornar um corredor muito estreito para absorver o fluxo de veículos.
Para contornar a situação, a prefeitura já desapropriou um imóvel (na esquina da rua Menaldo Rodrigues) e vai alargar a via por mais cem metros -obrigando a novas desapropriações.
O sobrado de esquina alugado pelo dentista Roberto Inama, 40, será totalmente demolido. "Depois de sete anos no mesmo ponto vou ter de mudar", reclama.
Segundo ele, os técnicos da prefeitura já estiveram no local para fazer a perícia do imóvel. O dentista está apenas aguardando a Justiça definir o valor da desapropriação para confirmar a data da mudança.
"Para o meu consultório vai ser ruim, pois o ponto aqui é muito bom", lamenta.
Azar
A proprietária do Instituto de Moléstias Oculares (uma clínica oftalmológica), Cecília Centurion, 54, se considera uma "pé frio".
Quando construiu a clínica de cinco pavimentos, há um ano e dois meses, sabia que a área da frente do imóvel poderia ser desapropriada pelas obras do Complexo Ayrton Senna.
Precavida, fez a construção com um recuo de 14 metros, deixando a garagem no espaço da frente da casa. Mas o alargamento da avenida Ibirapuera será maior que o previsto, obrigando a prefeitura a desapropriar toda a entrada da casa.
"A trepidação dos veículos pode danificar os sofisticados aparelhos que temos. Além disso, gastamos uma fortuna para construir e aparelhar a casa", diz Centurion.
Segundo ela, o prejuízo com a desapropriação será de, aproximadamente, R$ 800 mil.
Mas a empresária ainda espera que os técnicos da prefeitura desloquem o alargamento para o canteiro central da avenida. "Estamos em conversação", disse.
Centurion acredita que o alargamento da via é uma obra necessária. Segundo ela, é comum ocorrer acidentes depois da curva que dá acesso à avenida Ibirapuera.
"Os carros passam voando e não têm uma visão clara do que há pela frente. Com a rua mais larga, espero que a prefeitura coloque sinalização adequada", diz.

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