São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Emagreça mesmo em almoços de negócios

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Frequentar restaurantes badalados é sempre uma delícia -menos para os executivos que o fazem constantemente e enfrentam o dilema de comer bem demais e, ao mesmo tempo, manter a forma.
Pior, tais refeições pedem sempre uma bebida alcoólica e não costumam dispensar o couvert e, principalmente, a sobremesa.
Como os almoços são inevitáveis, os empresários acabam por seguir certas regras básicas: nunca aceitam a sobremesa, no máximo uma fruta, usam adoçantes no café e, no dia seguinte, aumentam o tempo da ginástica.
Mário Amato, 77, que já presidiu a Fiesp (Federação das Indústrias no Estado de São Paulo), é radical quando se trata de manter a forma física -seu peso varia entre 86 e 88 quilos, conferidos diariamente na balança.
"Quando sinto que comi em demasiado, fecho a boca", diz Amato. Quando o excesso não é tão grande assim, o empresário tenta compensar com uma alimentação mais leve na refeição seguinte.
Tudo isso, diz, sempre acompanhado de muita ginástica. Ele anda e joga tênis regularmente.
A pé
Fábio Nogueira, 35, diretor do Banco de Boston, queima as calorias extras de duas formas um tanto inusitadas. Primeiro, não toma café da manhã nos dias de semana, ficando em jejum até o almoço.
"Também evito os elevadores. Subo diariamente dez andares até chegar ao escritório. É a forma de quebrar a vida sedentária", conta Nogueira (leia texto ao lado).
Eugênio Staub, 54, dono da Gradiente, confessa que tem dificuldade de conciliar tal equação. "O segredo é comer menos e não beber nada alcoólico, mas sou muito distraído e, quando percebo, já comi o que não devia."
Mesmo assim, ele conseguiu perder 13 quilos nos últimos 12 meses e prepara-se para perder mais dez. Para isso, Staub tenta comer sempre peixe e sopa e, antes de almoços ou jantares mais cerimoniosos, come uma fruta.
"É a forma de enganar o estômago e tentar comer menos", afirma.
Também para combater os excessos dos almoços de negócios, o empresário se matriculou em uma academia de ginástica e anda entre seis e sete quilômetros nos finais de semana. "A fórmula está dando certo. A idéia é emagrecer devagar para não recuperar todo o peso depois."
Luiz Antonio Viana, 49, diretor-superintendente do grupo Pão de Açúcar, evita, sempre que possível, almoçar para tratar de negócios da empresa. Passa este tempo em uma academia próxima ao trabalho fazendo ginástica e musculação.
Quando volta ao escritório, Viana come um sanduíche de pão integral, com peito de peru e uma fruta e, no meio da tarde, toma um iogurte.
Nos raríssimos almoços de negócios, Viana diz que nunca come a sobremesa nem fica inibido se o companheiro pede uma bebida alcoólica. O café, óbvio, é adoçado com aspartame.
O executivo diz que gosta de uma boa massa ou peixe e come carne vermelha uma vez por mês. "Quando percebo que passei dos limites, faço mais exercícios", afirma. Atualmente, ele está pesando 72, um quilo acima do que considera ideal.
No ar
Um dos problemas culinários do empresário argentino José Luiz Menghini, 40, presidente da Impsa, é a comida servida nos aviões.
"São poucos os vôos com comidas vegetarianas e, dentro do avião, não há muito o que fazer. A saída é degustar um bom vinho e torcer para que a comida não seja das mais engordativas", diz o empresário que enfrenta, por mês, cerca de dez vôos -quatro deles, internacionais.
Para manter a forma, Menghini tenta trocar a carne vermelha pelo peixe -um crime para muitos argentinos.
O truque de Carlos Alberto Teixeira, 52, diretor-financeiro da Eli Lilly, laboratório farmacêutico, é evitar os complementos. "Fico no prato principal e na salada. Se como demais num dia, no outro, exagero na salada."
E quando o companheiro do almoço pede uma bebida alcoólica, ele parte para o suco de tomate. "É a saída honrosa porque nestas horas não dá para não pedir algo alcoólico também."
A fórmula, diz, tem dado certo. Quando casou, há 28 anos, Teixeira pesava 68 quilos. Hoje, está com 70. "Assim, fico contente com a minha forma física."

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