São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pai inspira Bozzano, 19

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O filho de um juiz do quadro da Fifa é a mais jovem promessa da arbitragem brasileira.
Giuliano Bozzano, filho de Dalmo, começou a apitar aos 14 anos, em jogos de adultos dos campeonatos de amadores de Blumenau, onde mora. Aos 17, fez o curso da Federação Catarinense. E, ao completar 18, em 14 de julho de 95, passou a atuar em campeonatos profissionais. Estreou na primeira divisão.
(MD)
*
Folha - O que você acha da experiência da Conaf?
Giuliano Bozzano - É uma surpresa. Não sabia de nada, até você me dizer.
Folha - Você não teme ser desrespeitado pelos jogadores, por ser tão jovem?
Bozzano - Não. Já estou acostumado a apitar. Faço isso desde os 14 anos. E sempre fui grande para a idade. Tenho 1,85 m.
Folha - Como você começou?
Bozzano - Desde os 9 anos, sempre que pude, viajei com meu pai, quando ele ia apitar. Sempre gostei de futebol, mas sou meio grosso. Aos 13 anos, decidi ser juiz. Meu pai me ajudou, e, aos 14, comecei.
Folha - Juízes são vítimas de pressão e agressão. Isso não te assusta?
Bozzano - Isso é parte da vida de juiz. Cresci vendo isso. Não me assusta.
Folha - Saber que vão xingar a tua mãe, que é a mulher dele, não preocupa teu pai?
Bozzano - (Ri) Não. Em casa, está todo mundo acostumado. Minha namorada, que está comigo há dois anos, já sabe que é assim. Muitas vezes, vi meu pai ser avisado na véspera que teria que apitar em outro Estado ou outro país.
Folha - Ser juiz precoce não te tornou um adolescente atípico?
Bozzano - Não. Gosto das mesmas coisas que todo mundo. Só me cuido mais. Se tenho jogo no domingo, no sábado à noite não durmo muito tarde e não como nem bebo nada pesado.
Folha - Você não teme que ser filho de um juiz Fifa possa se tornar um peso?
Bozzano - Pelo contrário. Ele é meu espelho. Ele foi até o topo.

Texto Anterior: CBF põe 'na estrada' juízes do ano 2000
Próximo Texto: Para Conaf, FPF inibe paulistas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.