São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Exploração deixa rastro de devastações

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Dossiê elaborado pela Organização Não-Governamental WWF (Fundo Mundial para a Natureza) afirma que as madeireiras asiáticas chegam ao Brasil deixando um rastro de destruição pelo mundo.
Segundo a WWF, a destruição causada pelas madeireiras teve início em seus países de origem.
As madeireiras WTK e Samling, que agora se instalam no Brasil, estão entre as responsáveis pela devastação de mais de 15 milhões de hectares por ano na região de Sarawak, na Malásia.
"A previsão é de que toda a floresta tropical da Malásia esteja destruída dentro de dez anos", diz Paulo Lira, do WWF.
Tu Tuang Hing, gerente-geral da Amaplac (comprada pela WTK), diz ser fantasia de ambientalistas a afirmação de que as florestas da Malásia foram devastadas.
"Nosso país ainda é 70% coberto por florestas virgens", afirmou.
Com a diminuição de seus estoques, e com a criação de leis mais severas para a exploração em seu país, essas madeireiras procuram outros países para explorar.
Segundo o WWF, elas teriam hoje concessões para explorar florestas no Camboja, Romênia, na África Ocidental e, mais recentemente, na África Central e nas Guianas.
A floresta Amazônica, em particular o Brasil, é o próximo passo dos asiáticos, que utilizam tecnologia de ponta na extração, como tratores articulados e helicópteros.
Ao lado das madeireiras da Malásia estão outras da Coréia do Sul e China.
Para o presidente do Ibama, Eduardo Martins, a presença das madeireiras asiáticas no país ainda é modesta. Martins diz acreditar que essas madeireiras estejam querendo sinalizar para seus mercados consumidores que já dispõe do maior estoque de madeira do mundo.
A Amazônia possui, hoje, um terço de todo o estoque de madeira existente. Até hoje, apenas cerca de 10% de toda a floresta foi devastada. Martins disse que o Ibama não permitirá que as madeireiras façam, no país, o que fizeram em outros locais.

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