São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Aposentado, 88, é acusado de matar amiga

DA REPORTAGEM LOCAL

O aposentado Francisco de Paula Jimenez Dominguez, 88, foi preso em flagrante sob a acusação de ter assassinado Aida do Prado Bogaert, 56, na entrada de um prédio na avenida Rebouças (zona oeste).
O crime aconteceu por volta das 13h30 de ontem. Aida, que era inspetora de alunos, recebeu três tiros. A polícia ainda não sabe o motivo do assassinato. Os dois eram amigos há cerca de dez anos.
Aida ia visitar a irmã Zélia. O zelador do prédio, Francisco Apolônio de Souza Lopes, 37, afirmou que Dominguez chegou no local cerca de meia hora antes do crime. "Ele estava na entrada da garagem. Parecia esperar alguém."
Segundo Lopes, quando Aida apareceu descendo a calçada ele ouviu um tiro. Nesse momento, ele viu a inspetora correndo em direção ao portão de entrada do prédio, gritando socorro. "Eu abri o portão. Ela entrou e ele também."
Lopes afirmou que Dominguez acertou um tiro em Aida, que caiu. "Depois, ele chegou mais perto, encostou a arma nas costas dela e deu mais um tiro", disse.
Dominguez pulou uma grade com mais de dois metros de altura para tentar fugir, mas foi preso por PMs que foram chamados ao local.
Alice de Paula Jimenez, 49, filha de Dominguez, disse que o pai tinha sido ameaçado de morte por Aida e duas de suas irmãs.
Ela não soube precisar o motivo das ameaças, mas acha que tenha sido por causa de dinheiro. Segundo ela, o pai teria se envolvido com a mãe de Aida há cerca de dez anos.
Carlos Rassoul, 38, sobrinho de Aida, nega as ameaças. "Estou pasmo. Ele era amigo da família há dez anos", disse.
Ele contesta a versão de Alice. "Minha tia nunca precisou pedir dinheiro para ninguém. Ele nunca se envolveu com a minha avó." Rassoul disse não ter idéia do motivo do crime. "Só pode ser esclerose. Não há explicação lógica."

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