São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 1996
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Delegação da UE vê problemas

DO "THE INDEPENDENT"

Uma delegação da União Européia (UE) criticou duramente o processo eleitoral bósnio e a avaliação da OSCE de que a votação foi livre e justa.
"Tenho certeza de que não se pode usar essas duas palavras", disse a chefe da delegação, a alemã Doris Pack.
Ela citou o caso de Gorazde, onde, ao meio-dia de anteontem, um número de sérvios dez vezes superior ao de muçulmanos havia votado. Os sérvios conseguiram obstruir o acesso de muçulmanos às urnas em áreas sob seu controle.
Milhares de muçulmanos expulsos de suas casas durante a guerra não votaram porque não se registraram em suas cidades de origem e não se dispuseram a cruzar as antigas linhas de combate para votar.
Apesar de haver ônibus para levá-los às áreas hoje controladas por sérvios, muitos muçulmanos estavam apavorados demais para fazer a viagem.
Um dos objetivos da eleição era o de reverter o processo de "limpeza étnica", permitindo que muçulmanos votassem em suas comunidades de origem. Houve, porém, uma espécie de "apartheid", com locais de votação separados para as duas etnias em diversas áreas.
O chefe da fiscalização da OSCE, Ed Van Thijn, deve divulgar hoje seu relatório sobre a eleição.
Graças ao desejo da comunidade internacional por um final feliz, entretanto, poucos esperam que a avaliação seja negativa. "O show deve continuar", disse um diplomata ocidental.

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