São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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O sucesso da nova Dutra

Já vale a pena ir e voltar do Rio de automóvel

PAULO PLANET BUARQUE

Mais rápido, mais fácil, teria sido ir e voltar do Rio de Janeiro pela ponte aérea. Até mesmo a confortável viagem de trem seria mais convidativa. O desejo, porém, era conhecer os resultados da privatização e sentir os efeitos da nova Dutra, nos seus quase 500 km ligando as duas mais importantes cidades do país.
Tráfego intenso especialmente no território paulista, ainda muito o que fazer no que tange aos banheiros e restaurantes, constantes demonstrações de manifesta irresponsabilidade da maioria dos motoristas, demora absurda nos pedágios, graças à bobagem burocrática de cobrar R$ 2,86, e o desleixo dos usuários que teimam em não adquirir os cupons, vendidos em toda a estrada, policiamento quase inexistente; mas, sem dúvida, a nova Dutra é um sucesso a mostrar que esse deve ser o caminho, em todas as rodovias nacionais.
Por que não cobrar R$ 3, devolvendo a empresa ao governo o saldo para obras de caridade?
Bem a propósito, parabéns ao deputado Alberto Goldman, que, quando ministro, privatizou rapidamente a Dutra e a ponte Rio-Niterói e a lamentar que até agora as privatizações de São Paulo não tenham saído do papel!
Nenhum buraco, na ida e na volta, defensas de concreto sendo construídas em todo o trajeto dividindo a estrada, ótimo serviço de atendimento ao usuário, inclusive de pronto-socorro, centenas de homens trabalhando, curvas sendo ampliadas, terceira pista nas subidas, acostamentos deteriorados sendo melhorados, uma estrada excelente.
Cumprimentos à Andrade Gutierrez e à Camargo Corrêa, que são as gerenciadoras, ganhadoras da concorrência.
Por que, porém, não se adotar o sistema de controle de velocidade, que há nos Estados Unidos? De pedágio a pedágio, marca-se a hora da passagem do veículo. Fácil controlar os 100 km/h desenvolvidos como limite da velocidade! Multas impostas na hora da cobrança do pedágio. Urge promover a concessão de melhores restaurantes, inclusive por cima da estrada, abarcando, portanto, as duas pistas, e começar a pensar numa terceira pista, na ida e na volta, pelo menos no território bandeirante -sem esquecer as áreas de recreação e descanso com bons e limpos banheiros, mesmo que pagos.
Já vale a pena ir e voltar do Rio de automóvel!

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