São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Grandes obras

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Obras. Primeiro elas surgiram, na campanha malufista, justificadas na criação de empregos. Eram obras "sociais", à moda malufista.
Continuam sociais, mas agora por serem também, por exemplo, contra enchentes. Assim, na zona sul, "três novos viadutos" são também "a solução para enchentes".
Com orgulho, a propaganda somou "184 obras" malufistas, 19 "grandes".
Uma verdadeira epopéia empreiteira, sobre a qual o prefeito, tornado repórter aéreo, dizia ontem:
- Votem no Pitta que ele vai continuar todas as obras.
Na retribuição do próprio Celso Pitta:
- De vez em quando ouço alguém dizer que Paulo Maluf gosta de grandes obras. Pense bem, como pode o prefeito de uma grande cidade resolver problemas senão com intervenções arrojadas?
São custosas, endividam, mas isso também é heróico:
- Para que todo este trabalho fosse feito foi preciso muita luta, e que muitas dificuldades fosse vencidas. Tivemos que recorrer a financiamentos internacionais para que algumas obras pudessem ser viabilizadas. Mas valeu a pena todo o esforço.
Não, não era referência às empreiteiras. Elas nem foram, nunca são, lembradas.
*
Os nanicos dão as caras e revelam o monopólio malufista.
Levy Fidelix diz que "esse candidato que diz que faz metrô nunca fez um quilômetro de metrô. Aliás, não vai fazer também, porque ele não vai ganhar".
Dorival de Abreu insinua que o metrô foi inaugurado mais de uma vez por FHC e diz que "eleger Serra é colocar uma pedra no caminho de São Paulo".
Pedro Camillo chega a ecoar o jingle de Duda Mendonça, de 92, "a gente não quer mais o PT mandando aqui".
*
O ministro das Comunicações atingiu o cume da meteórica carreira na TV. Ontem de madrugada, era entrevistado por Amaury Jr. no Flash.
Em plena festa, entre pratos de comida, Sérgio Motta contava da "luta pela democracia" e da "construção de uma sociedade mais justa".

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