São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Maluf agora elogia Erundina

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao fazer o que qualificou de "mea culpa" em relação à candidata do PT à prefeitura paulistana, Luiza Erundina, o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), disse que ela "se reciclou".
"Não sou de elogiar ninguém, mas quando Erundina optou pela 'campanha do sim', optou por uma campanha limpa, decente."
Maluf afirmou que Erundina não está na televisão"agredindo" os projetos da prefeitura.
"Ela pode ter os projetos dela, de saúde, o SIM (Saúde Integral Municipalizada), de construção de casa própria, mas é uma opção, é diferente (de agressão)."
Debaixo de chuva e sem seu indicado à sucessão, Celso Pitta, Maluf deu início a uma carreata no Itaim Paulista (zona leste), que terminou com dois showmícios. Pitta juntou-se depois à manifestação.
Alerta a FHC
O prefeito afirmou que não pretende criticar o presidente Fernando Henrique Cardoso, por quem tem "o maior apreço".
Anteontem, Maluf disse que, com "a derrota" do candidato do PSDB, José Serra, para Erundina, FHC e o governador de São Paulo, Mário Covas, deveriam renunciar "se tivessem um pouquinho de humildade e de vergonha na cara".
"Não é crítica, é um alerta. O presidente está sendo um homem ingênuo, cercado por indivíduos sem escrúpulo e sem o menor interesse na social-democracia."
Antes da carreata, ele disse que o governo está "afundando o pobre" com o aumento de R$ 7,50 do salário mínimo para 1997.
"Estelionato eleitoral"
Maluf classificou de "estelionato eleitoral" a proposta de construção do metrô feita por Serra.
"Isso não é função da prefeitura e sim do governo estadual", afirmou. Ele lançou "um desafio" a Serra e Covas para que provem ter construído "um metro de metrô".
O prefeito disse que os dois não podem fazer nada "porque acordam ao meio-dia".
Maluf afirmou que não polemizará com Sérgio Motta, ministro das Comunicações: "Não falo com o palhaço, só com o dono do circo".
O prefeito disse que se permitia plagiar essa frase, "dita pelo grande estadista Itamar Franco".
Ontem de manhã, Maluf usou a mesma frase ao contestar o deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), segundo quem a prefeitura tem dívida de R$ 7 bilhões.

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