São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Ônibus cai de barranco, mata 2 e fere 31

DA REPORTAGEM LOCAL

Um ônibus da viação Transdutra caiu ontem em um barranco com cerca de 30 metros de altura na via Dutra após ser atingido por uma carreta. O acidente provocou a morte de 2 mulheres e deixou outras 31 pessoas feridas.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o acidente aconteceu por volta das 11h30, no trevo de entrada da cidade de Arujá (35 km a nordeste de São Paulo), altura do km 200 da Dutra.
Houve cerca de 2 km de congestionamentos. O ônibus fazia a linha Garulhos-Arujá e foi atingido quando estava indo em direção ao trevo.
Morreram a caminho do hospital Lindauria Lima da Silva, cobradora do ônibus, e a passageira Madalena Oliveira Lima.
Até o início da noite de ontem, a Polícia Rodoviária não sabia informar quantas pessoas ficaram feridas gravemente.
As vítimas receberam os primeiros atendimentos no pronto-socorro de Arujá e no hospital Lions Club. A maior parte delas acabou sendo transferida para outros hospitais da região.
"A maioria dos casos é grave, com traumatismos cranianos, de tórax e fraturas expostas. Várias pessoas correm risco de vida", afirmou Sebastião Carlos Pannocchia Filho, diretor do hospital Lions Club, onde foram atendidas 19 pessoas.
Segundo ele, entre os feridos atendidos no hospital estão quatro crianças, duas em estado considerado grave. Outras três crianças foram atendidas no pronto-socorro de Arujá.
Colisão
Segundo policiais rodoviários que estavam no local, o ônibus caiu no barranco após ser atingido na traseira pela carreta Mercedes-Benz placas HUA 5202, de Caruaru (PE).
Após a colisão, o motorista José Gomes da Silva teria perdido o controle do ônibus, que subiu na guia e caiu no barranco.
O vendedor de suco Paulo da Cruz, que viu o acidente, afirmou que o ônibus capotou três vezes. "Escutei um barulho e vi o ônibus começando a tombar. Tinha muita gente gritando."
"Não lembro direito o aconteceu. Só lembro que estava no chão. Eu sai pela janela e tentei me levantar, mas não consegui", afirmou o balconista João Leite de Almeida, que estava no ônibus. Ele sofreu ferimentos no rosto e nas pernas.
O delegado Jakson César Batista afirmou que o motorista da carreta, Sebastião Pinheiro de Souza, fugiu do local após o acidente. O filho de Souza, J.P.S., 17, ficou no veículo e foi encaminhado à delegacia por policiais.
J.P.S. informou ao delegado que seu pai tinha ido fazer uma ligação para a transportadora. Ele disse também que o acidente aconteceu porque um outro caminhão fechou a carreta.
Até o início da noite, a polícia não havia localizado Souza, que será indiciado sob a acusação de lesões corporais e homicídios culposos (sem intenção).

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