São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Parto e gravidez causam 50% das mortes

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As afecções perinatais (problemas ocorridos no parto ou gestação) já são responsáveis por 50% dos casos de mortalidade infantil no Brasil. Em 93, elas representavam 40% dos óbitos infantis.
A conclusão é da Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, que será divulgada na próxima semana pelo Ministério da Saúde e pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
A pesquisa, elaborada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Bemfam (Sociedade Bem-Estar e Família), ouviu 17 mil famílias em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal entre maio e agosto de 96.
A mortalidade por diarréias e IRA (infecções respiratórias agudas) -que, historicamente, vinham sendo as principais responsáveis pelo alto índice de mortalidade infantil no Brasil- caiu bastante na última década.
Entre 1980 e 1990, os óbitos infantis causados por diarréia sofreram redução de 59,9%. No mesmo período, as mortes por IRA caíram 37,1%. Já os óbitos causados por afecções perinatais foram reduzidos apenas 10%.
Metas
Em 90, a taxa de mortalidade infantil no Brasil era de 47,2 para cada 1.000 nascidos vivos. Em 94, caiu para 40 e a expectativa é que chegue a 31,2 até o ano 2000.
Se a previsão for confirmada, o Brasil terá alcançado a meta proposta pela Cúpula a Favor da Infância da ONU (Organização das Nações Unidas): reduzir 33% os índices de mortalidade infantil nos países da América Latina e Caribe entre 1990 e 2000.
"Para conseguirmos cumprir a meta acordada na cúpula será necessário controlar os óbitos por causas perinatais. Ou seja: precisamos melhorar o atendimento ao parto e o pré-natal", afirmou Denise Coitinho, do Programa de Assistência à Saúde da Criança, do Ministério da Saúde.
Segundo dados preliminares da pesquisa, os nascimentos de prematuros e desnutridos são responsáveis por 68% das mortes por afecções perinatais.
O alto índice de cesarianas é apontado por José Formiga, chefe do Programa de assistência à Saúde da Mulher, como uma das principais causas do nascimento de bebês prematuros.

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