São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Médico é acusado de maltratar paciente e ameaçar parentes

DA REPORTAGEM LOCAL E DA FT

Um médico do Hospital Ermelino Matarazzo, administrado pelo PAS -programa de saúde criado pela prefeitura-, está sendo acusado de maltratar um paciente e de ameaçar seus familiares com um "murro na cara".
O paciente, Waldemar Escobar, 68, morreu às 20h de segunda-feira, no hospital, na zona leste, uma hora depois de o médico ter dito que não queria mais vê-lo lá.
O médico acusado, Gerson Tadeu Conte, deixou o plantão às 19h e não foi mais localizado. A família registrou queixa no 24º DP.
Segundo os familiares, Escobar sofria de câncer na próstata e foi levado ao hospital na noite do sábado com dificuldade para respirar. Na noite seguinte, como seu quadro piorasse, a mulher, Célia Escobar, pediu ao médico Tadeu Conte um medicamento que pudesse aliviar as dores do marido.
Segundo Célia, o médico teria dito que um "tiro na cabeça" seria a única solução para um caso de câncer terminal como aquele. Sueli, filha do casal, afirmou que o pai estava consciente e que, ao ouvir o "diagnóstico" do médico, ficou ainda pior.
"Dessa vez, o médico disse que o murro que tinha reservado para minha mãe, ele daria em mim", disse Sueli.
No início da noite, quando a família tentava vestir Escobar para tirá-lo do hospital, o paciente morreu. Foi enterrado ontem à tarde, no cemitério da Penha.
Gilberto Moriyama, diretor do módulo PAS de Ermelino Matarazzo, disse que o médico poderá ser demitido se ficarem confirmadas as acusações. "Pacientes e os próprios funcionários do hospital já confirmaram a história", disse.
Segundo o diretor, a Comissão de Ética Médica do hospital já recebeu a denúncia e poderá pedir a cassação do registro do médico ao Conselho Regional de Medicina.

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