São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Falha em fiscalização facilita roubos

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Um "empurra-empurra" de responsabilidades entre a Secretaria da Segurança Pública, a polícia e a Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) dificulta a fiscalização dos assaltos em semáforos no Rio.
Em dezenas de locais da cidade, menores armados com cacos de vidro ou gargalos de garrafa assaltam motoristas, em pleno dia e em pontos supermovimentados da cidade (leia quadro ao lado).
O subsecretário operacional da Secretaria da Segurança Pública, coronel Helmo Dias, orientou a Folha a procurar a delegada Márcia Julião, diretora da Divisão de Proteção à Criança e ao Adolescente, que, segundo ele, seria a responsável pelo combate aos bandos de menores nas ruas.
Márcia Julião negou que a DPCA priorize a questão dos pequenos assaltos. "Não é a minha frente. Estou com investigações bem mais importantes", afirmou a delegada, para quem a responsabilidade de vigiar os semáforos é da Polícia Militar.
Comandantes da PM disseram que a Polícia Civil deveria participar do combate aos assaltantes.
O tenente-coronel Pedro Patrício Filho, comandante do 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar), no centro, disse que os menores presos são encaminhados à DPCA, mas acabam voltando para a rua.
Comandante do 6º BPM, o coronel Jorge Lindolfo disse que investiga quadrilhas que atuam na Tijuca. Segundo ele, os menores que assaltam obedecem a adultos.
A fim de reprimir os assaltos na praça Saens Peña, Lindolfo disse que reforçou a supervisão dos PMs na cabine de segurança e intensificou as patrulhas motorizadas.
Na cobertura do que aborda o carro, há sempre um assaltante maior, que mantém a mão dentro da camisa, como se fosse puxar uma arma. Para o coronel Lindolfo, o gesto é simulação.
"Eles não andam armados. Nunca pegamos um com arma de fogo. É só caco de vidro", disse o oficial.

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