São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Hospital não tinha sangue

DA SUCURSAL DO RIO

Quando as primeiras vítimas chegaram ao hospital da Posse, a equipe médica entrou em pânico: só havia seis bolsas de sangue, cada uma delas com capacidade para 300 mililitros.
Na hipótese de cada ferido precisar de uma bolsa, apenas seis deles poderiam ser atendidos.
Os pedidos foram atendidos. Até as 17h, cerca de 300 pessoas já tinham ido ao banco de sangue do hospital. Não chegou a faltar sangue para os acidentados. Bolsas de sangue foram trazidas em tempo do hemocentro do Estado.
A direção do hospital e o governo do Estado procuraram esconder o estoque baixo de sangue na Posse.
Perguntado sobre a falta de sangue, o governador Marcello Alencar respondeu: "É mentira. Não faltou nada no hospital."
A emergência do hospital da Posse reabriu em outubro de 95, após ficar fechada três anos. O hospital pertencia ao governo federal, que o repassou à Prefeitura de Nova Iguaçu. Sob a alegação de falta de verbas, a prefeitura o fechou.
A reabertura foi possível após o governo estadual e o Ministério da Saúde firmarem um convênio.
No momento do acidente, havia 20 médicos de plantão na emergência. Segundo o diretor da Divisão Médica, Sebastião de Mattos, não foi preciso convocar reforço. O hospital recebeu 20 feridos no acidente entre os trens. Três morreram e seis tiveram alta.

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