São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Vítima de bomba diz que era ameaçada pelo ex-marido

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A aeromoça Rita Scupino, 31, vítima de um atentado a bomba no último dia 5, disse ontem ter certeza de que o agressor é seu ex-marido, o piloto João Elias Colnago Neto, 33.
"O João Elias queria me matar. Ele me ameaçava havia oito anos, desde o início de nosso relacionamento", afirmou Rita.
Rita prestou depoimento à polícia ontem de manhã, em sua casa, na Vila Ré (zona leste de São Paulo).
"Nenhuma outra pessoa teria motivo para me matar. Eu nunca tive inimigos", afirmou.
O piloto ficou preso até terça-feira, quando foi libertado porque a Justiça negou o pedido de prisão preventiva.
A bomba que feriu Rita estava em uma caixa junto com um buquê de rosas.
Com a explosão, ela sofreu queimaduras de terceiro grau no peito e nas mãos e de segundo grau no rosto e na virilha.
A bomba também perfurou o tímpano direito de Rita.
A aeromoça afirmou que era ameaçada física e psicologicamente pelo ex-marido.
"Ele é possessivo e sádico. Para me obrigar a ter relações sexuais, me batia e dizia que ia matar o nosso filho", disse. "Não aguentei mais tanto sofrimento e resolvi abandoná-lo."
Em outubro do ano passado, Rita engravidou e se casou novamente. Após o casamento, ela afirma que as ameaças teriam se tornado mais frequentes.
Ela teria gravado algumas dessas ameaças e entregado a fita ao delegado José Carlos Alves Viegas, 49, do 21º DP (Vila Matilde).
Advogada
A advogada do piloto, Cibele D'Aló Cecanecchia, 36, disse que as acusações de Rita são falsas. "Se ele fosse esse psicopata que estão descrevendo, não conseguiria ser piloto de avião."
Cibele disse que um comandante da empresa Helvétia Táxi Aéreo deve chegar hoje a São Paulo para provar que Colnago Neto estava trabalhando em Coari (AM) no dia do atentado.

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