São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Falha em hospital dificulta atendimento

DA SUCURSAL DO RIO

A falta de médicos, sangue e equipamentos dificultou o atendimento das vítimas do acidente nos dois hospitais que atenderam os feridos: o da Posse, em Nova Iguaçu, e a clínica Nossa Senhora da Conceição, em Japeri (ambos na Baixada Fluminense).
Sem médicos suficientes e equipamentos apropriados para o tratamento dos 32 feridos que recebeu, a clínica Nossa Senhora da Conceição passou a transferir os pacientes em estado mais grave para o hospital da Posse.
Ali, porém, o problema era o sangue. Quando os feridos começaram a chegar, a equipe médica entrou em pânico: só havia seis bolsas de sangue, cada uma delas com 300 mililitros.
Se cada ferido precisasse de uma bolsa, apenas seis poderiam ser atendidos. O hospital recebeu 20 feridos. Três morreram e seis receberam alta ontem mesmo.
Os pedidos foram atendidos. Até as 17h, cerca de 300 pessoas já tinham ido ao banco de sangue do hospital fazer doações.
Não chegou a faltar sangue para os acidentados. Bolsas de sangue foram trazidas em tempo do hemocentro do Estado.
A direção do hospital e o governo do Estado procuraram esconder o estoque baixo de sangue.
Perguntado sobre a falta de sangue, o governador Marcello Alencar respondeu, irritado: "É mentira. Não faltou nada no hospital."
O hospital é administrado por uma gestão conjunta do Ministério da Saúde com a Prefeitura de Nova Iguaçu.
No momento do acidente, havia 20 médicos de plantão na emergência do hospital. Segundo o diretor da Divisão Médica, Sebastião de Mattos, não foi preciso convocar reforço. A emergência atende cerca de 2.000 pacientes por dia.
A emergência "absorveu bem" a chegada dos acidentados, afirmou o secretário estadual de Saúde, Antônio Luís Medina.
"Não foi preciso transferir pacientes para lá porque a coisa funcionou bem na Posse", disse.
Resgate
Assim que foi dado o alarme do acidente, às 8h30, os quartéis dos bombeiros de Paracambi e Nova Iguaçu enviaram cerca de 40 homens para Japeri. O maior trabalho dos bombeiros foi retirar corpos esmagados de dentro dos vagões. Policiais e moradores que passavam pelo local também ajudaram no resgate.

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