São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Bancários podem parar a partir do dia 26

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Executiva Nacional dos Bancários, que reúne 119 sindicatos, dez federações estaduais e a Confederação Nacional dos Bancários da CUT, decidiu ontem propor aos sindicatos que façam greve, por tempo indeterminado, a partir do próximo dia 26.
A proposta será votada amanhã pelo Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo e no dia 25 pelos sindicatos de todo o país.
A decisão da executiva, que representa 533 mil bancários (96% da categoria) foi baseada na rejeição, por parte de todos os sindicatos na semana passada, da proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), que oferece 8% de reajuste salarial.
Reivindicações
A categoria reivindica 21% a título de reposição da inflação e 6,7% de produtividade.
A Fenaban propôs reajuste de 10% aos pisos da categoria, que quer 40% de aumento dos salários-base.
A proposta da Fenaban prevê ainda 60% do salário a título de participação nos lucros e resultados, mais abono de R$ 270. Isso desde que esse montante não seja inferior a 5% do lucro líquido dos bancos e não ultrapasse 15% do lucro.
No ano passado, os bancários conseguiram 72% de participação nos lucros, mais R$ 200.
"A proposta é muito ruim. Não tem coerência com a situação financeira dos bancos. A menos que eles estejam divulgando balanços tão falsos quanto os do Nacional e do Econômico", afirma Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo.
Segundo Berzoini, não há data prevista para nova negociação com a Fenaban.
Mobilização
O sindicato vem marcando presença nos locais de trabalho desde que a proposta foi rejeitada.
Berzoini diz que a greve deverá ser aprovada na assembléia de amanhã. "O descontentamento da categoria é muito grande".
Na assembléia em São Paulo, que rejeitou a proposta de reajuste de 8%, havia somente 250 bancários.
Berzoini diz que o baixo índice de comparecimento não significa que a categoria não esteja mobilizada.
"Muitas pessoas não comparecem às reuniões, mas estão se sentindo provocadas com a proposta da Fenaban", afirma Berzoini.
Ele acha que o atual quadro de recessão e de desemprego, apesar de ter impacto na decisão de fazer greve, não impossibilita a mobilização da categoria neste sentido.
Ele diz que o sindicato fez pesquisa de opinião em épocas de greve e, segundo ele, há o apoio da população.

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