São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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Usineiros pressionam por aumento dos combustíveis
MÁRCIO DE MORAIS
Os usineiros estão utilizando o vice-presidente Marco Maciel como interlocutor junto ao governo. A reivindicação dos empresários consta de carta da Alco (Associação dos Produtores Autônomos de Álcool) a Maciel, obtida pela Folha. Essa é a segunda vez neste ano que os usineiros fazem pressão pelo aumento do preço dos combustíveis. Na primeira vez, em fevereiro, o reajuste chegou a ser anunciado pela então ministra Dorothea Werneck como tentativa de solucionar a crise no setor sucro-alcooleiro. Diante da má repercussão da medida, o governo recuou e reduziu o índice de reajuste, que passou a vigorar em abril, para 11%. O DNC (Departamento Nacional de Combustíveis) havia anunciado 15%. O governo negou que o reajuste se tratasse de uma "ajuda" aos usineiros. Encaminhada a Maciel anteontem, a carta da Alco submete à apreciação do vice-presidente a aprovação da pauta da reunião entre os usineiros e a Petrobrás. A reunião foi patrocinada por Maciel, conforme a Alco. O primeiro item da pauta é o reajuste de combustíveis. Ajuste da conta "Prioridade no reajuste de combustíveis com a finalidade de ajustar a conta álcool, a fim de evitar qualquer ônus que porventura esteja causando à Petrobrás atualmente", detalha o documento. Os outros itens são "comercialização do álcool", "pagamento do álcool" e "exigências na comercialização do álcool". Os usineiros pedem que o governo deixe a comercialização do combustível ser feita diretamente entre as destilarias e as distribuidoras, sem interferência da Petrobrás. A empresa seria apenas remunerada pelo uso do sistema de distribuição. "Empenho" Os usineiros solicitam "o empenho na atualização do pagamento das faturas em atraso e a pontualidade nas próximas vendas". Ontem, eles receberam R$ 75 milhões da Petrobrás. O acerto com os usineiros só se deu por interferência de Marco Maciel, que promoveu o encontro de anteontem entre os usineiros e a Petrobrás, em Recife (PE). No último item, os usineiros pedem a suspensão da exigência de certidões para a compra e venda de álcool por parte das destilarias. Texto Anterior: Netscape se instala no Brasil neste ano Próximo Texto: Antunes, da Caemi, põe fim a uma era Índice |
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