São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Enterro de bebê e mãe emociona cidade

SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A BARRA DO PIRAÍ

A população do município de Barra do Piraí viveu ontem uma manhã dramática, com o enterro de oito vítimas do acidente ferroviário ocorrido em Japeri.
Cerca de 400 pessoas compareceram ao sepultamento coletivo, realizado no cemitério Santa Rosa.
A família mais abalada com a tragédia era a da estudante de contabilidade Viviana Maria da Silva, 20, grávida de oito meses.
No desastre, a estudante expeliu o bebê, enterrado com o nome de Flávio da Silva. O noivo de Viviana, o taxista Flávio Luís Eugênio Bastos, 20, acompanhou o enterro em estado de choque.
O enterro do bebê emocionou os que estavam no cemitério. O caixão foi carregado por crianças amigas da família.
Os sepultamentos foram pagos pela Rede Ferroviária Federal. O custo total, segundo a administração do cemitério, foi de cerca de R$ 10 mil.
No Cemitério Municipal de Mendes foram enterradas ontem de manhã outras quatro vítimas do desastre: Mauro Renan, 54, Antônio Jardim, 40, Pedro Lopes, 57, e Rosilda Penendo, 39, que estava grávida de quatro meses.
Luiz Antônio de Paula Valente, 46, foi sepultado ontem de manhã no Cemitério Municipal de Paulo de Frontin.
Nilza Borges, 32, foi enterrada no cemitério de Conrado, no município de Miguel Pereira.
O último corpo a ser liberado do IML foi o de Joaquina Antônia do Couto, 74, que só foi reconhecido por parentes ontem à tarde. Ela seria enterrada no cemitério de Irajá (zona norte), hoje de manhã.
Hoje às 9h haverá um ato ecumênico em memória das vítimas do desastre e em protesto contra as condições do sistema ferroviário no Estado do Rio.
O ato ocorrerá na praça Nilo Peçanha, a 200 m da estação de trens no centro de Barra do Piraí.
O ato está sendo organizado pelo Sindicato dos Ferroviários e Associação dos Maquinistas de Barra do Piraí. Haverá protestos contra a privatização da Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal.
(ST)

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