São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Acusado de enviar bomba apresenta álibi

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O comandante Paulo Roberto Veloso Calmon, 51, afirmou ontem que esteve trabalhando no último dia 5 com o piloto de helicóptero João Elias Colnago Neto, 33.
Colnago Neto é acusado de, nessa data, ter mandado um buquê de flores com uma bomba para sua ex-mulher, Rita Scupino, 31.
Rita sofreu queimaduras de terceiro grau no peito e nas mãos e de segundo grau no rosto e na virilha.
Ele ficou internada 11 dias e teve alta na segunda-feira do Hospital do Tatuapé.
A bomba também perfurou o tímpano direito de Rita e feriu outras três pessoas de sua família.
Calmon, que trabalha com o acusado na Helvétia Táxi Aéreo, prestou depoimento ontem no 21º DP, na Vila Matilde (zona leste).
Relatório
O comandante apresentou um relatório de vôo onde consta que ele e Colnago Neto estavam trabalhando na sonda Queirós Galvão 3, no distrito de Copacá (AM), entre os dias 4 e 6 de setembro.
"Ele garantiu que no dia 5 de setembro fez cinco vôos entre a base da Petrobrás de Urucu e a sonda", afirmou o delegado José Carlos Alves Viegas, 49.
Calmon disse que conhece Colnago Neto desde 1985, quando os dois moravam em Vitória (ES).
Ele afirma ter indicado o piloto para a empresa de táxi aéreo. Segundo Calmon, Colnago Neto seria incapaz de cometer o atentado contra sua ex-mulher.
O delegado considerou que o depoimento de Calmon "tumultua" as investigações.
"O relatório não é oficial, é apenas uma prestação de contas entre a empresa de táxi aéreo e a Petrobrás", afirmou o delegado.
"Mas vamos investigar se a informação do comandante é verdadeira."
Denúncia
Ontem, o juiz Sérgio Aranha, do Tribunal do Júri da Penha, aceitou a denúncia do Ministério Público contra Colnago Neto.
Ele vai responder processo por tentativa de homicídio com três agravantes e por lesões corporais dolosas.
A denúncia foi apresentada na terça-feira pelo promotor José Carlos Mascari Bonilha, 32.
"Mesmo antes de encerrado, o inquérito já fornecia elementos suficientes para denunciar o piloto", afirmou o promotor.
Bonilha também reapresentou terça-feira o pedido de prisão preventiva do piloto. Mas o pedido foi negado ontem pelo juiz Aranha.
O piloto ficou preso no 81º DP (Belenzinho) até terça-feira, quando foi libertado porque a Justiça negou, pela primeira vez, o pedido de prisão preventiva.
Colnago Neto deve ficar em liberdade até o julgamento.

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