São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Menino de 12 anos mata colega de escola com disparo acidental

DA REPORTAGEM LOCAL

O estudante F.M.R., 12, confessou ter matado com um tiro acidental seu colega de escola Wesley Pereira de Carvalho, 13.
O crime aconteceu por volta das 11h de ontem na casa de Wesley, no Jardim Angela, em Sapopemba (zona leste de São Paulo).
A arma do crime, um revólver calibre 38, pertence ao pai de F.M.R., o vendedor Cláudio Ribeiro, 37. Em seu depoimento à polícia, F.M.R. falou que pegou a arma e duas balas no armário de seu pai e foi mostrá-las a Wesley.
Wesley teria colocado as balas no tambor e falado para F.M.R. atirar.
Achando que o revólver estava descarregado, F.M.R. teria apertado o gatilho e acertado um tiro na boca de Wesley, que morreu na hora. "Eu não vi que ele colocou as balas no revólver. Se eu soubesse, não teria atirado", afirmou.
O delegado Roberto César Rentes, do 70º DP (Sapopemba), disse que o disparo foi acidental.
"Estou convencido que ele não sabia que a arma estava carregada", falou o delegado.
Depois de prestar depoimento, F.M.R. foi levado ao SOS Criança. Ribeiro, que não tinha porte da arma, foi indiciado por negligência no manuseio da arma.
"Tenho essa arma há seis anos e nunca havia dado um tiro. Não imaginava que meu filho a acharia no armário", falou Ribeiro.
Wesley e F.M.R. estudavam na Escola Municipal Jardim Angela. Wesley completaria 14 anos hoje. "A nossa família estava preparando uma festa para ele", falou Geraldo Carvalho, tio de Wesley.
A mãe de F.M.R., Maria de Lourdes Pereira de Carvalho, disse que, na semana passada, o marido a ameaçou de morte na frente do filho. "Ele me expulsou de casa e me ameaçou com o revólver. O F. viu que havia uma arma escondida e ficou curioso", disse.
Ribeiro nega. "Meu filho nunca viu esse revólver."

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