São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Mercedes deixa entidade de importadores

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A alemã Mercedes-Benz e a sueca Volvo decidiram abandonar a Abeiva, associação que representa os importadores de carros sem fábricas instaladas no país.
As duas marcas se mantêm filiadas apenas à Anfavea, que reúne as montadoras. Mercedes e Volvo importam automóveis, mas produzem caminhões e ônibus no Brasil. A empresa alemã vai fabricar carros no país a partir de 98.
A mesma decisão foi tomada no primeiro semestre pela francesa Renault, que terá fábrica de automóveis no Paraná. A montadora já obteve a filiação à Anfavea.
Também deixaram a Abeiva as marcas FSO e Yugo (polonesas), Dacia (romena), Lotus (inglesa) e Bugatti (italiana). Algumas delas nunca chegaram a operar no país.
"Estamos acabando com os fantasmas", diz Carlos Vilhena, secretário executivo da entidade. A Abeiva, que já chegou a contar com 32 marcas, agora tem 26.
Liderança coreana
No mês passado, as 26 marcas venderam 4.907 veículos, 2,9% a menos do que em julho (5.057).
A liderança é da coreana Asia Motors (1.068 unidades vendidas). Aparecem depois a japonesa Mitsubishi (677) e a francesa Peugeot (666). Oito marcas não venderam nada e apenas 12 conseguiram comercializar mais de cem unidades em agosto.
O desempenho dos importadores muda se forem somadas as vendas da Mercedes, Renault e Volvo. Nesse caso, houve alta de 15,6% (7.394 unidades em agosto, contra 6.183, em julho).
Segundo Vilhena, das 2.487 unidades comercializadas pelas marcas que deixaram a Abeiva, cerca de 1.700 vieram da Argentina com alíquota zero de imposto de importação.
Mercado parado
Para este mês, a previsão é desempenho inferior ao de agosto. "O mercado parou com as notícias sobre a redução de 70% para 35% do imposto de importação", diz José Carlos Gandini, presidente da Abeiva. O decreto 1.987, de 20 de agosto, criou uma cota de importação de 50 mil veículos para marcas sem fábricas no país, com 35% de alíquota.
Os primeiros veículos beneficiados com a redução de imposto estão chegando ao mercado neste final de semana. Mas Gandini não prevê queda significativa de preços. Segundo ele, praticamente todas as marcas já estão operando com preços reduzidos.
Gandini calcula que até o final do ano as vendas dos associados da Abeiva cheguem a 75 mil unidades, uma queda de 40% em relação ao ano anterior.
Entre janeiro e agosto deste ano, os filiados à Abeiva ficaram com 39% do mercado de importados.

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