São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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"Prisioneiro" desperdiça boa história

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

A história de um ex-detetive alcoólatra, que tenta encontrar nos pântanos da Louisiana um esconderijo dos copos e que vê seu mundo desabar após o assassinato de um ente querido tinha tudo para render um filme envolvente.
Mas, com uma trama dessas, o diretor Phil Joanou conseguiu resultado apenas razoável em "Prisioneiro do Passado".
Tratando superficialmente questões como o envolvimento da Máfia com imigrantes chicanos, a adoção ilegal de crianças e até os conflitos internos do personagem principal -interpretado por Alec Baldwin-, o diretor deixou escapar uma oportunidade de ouro.
Bem-intencionado, Phil Joanou procurou fazer uma espécie de "Os Brutos Também Amam". Mas o máximo que conseguiu, apesar do verniz modernoso, foi uma fórmula parecida com a dos filmes de lutas produzidos em Hong Kong.
Ou seja, todo o roteiro se baseia na equação que combina ação, reação e redenção.
É com esse esquema simplista que o filme transcorre, sem maiores aborrecimentos. Mas, também, sem uma identidade marcante. A favor, há a interpretação engajada de Baldwin, alguns truques espertos de câmera e sequências empolgantes de perseguições e pancadarias. Há também a fotografia exemplar.
Difícil é suportar os vazios que unem esses pontos. O diretor cuidou bem do acabamento, esqueceu do alicerce.

Filme: Prisioneiro do Passado (Heaven's Prisoners)
Produção: EUA, 1996
Direção: Phil Joanou
Elenco: Alec Baldwin, Kelly Lynch, Mary Stuart Masterson e Teri Hatcher

LEIA MAIS sobre estréias de cinema à pág. 4-10

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