São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996
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Coréia do Sul mata 7 agentes do Norte

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As Forças Armadas da Coréia do Sul mataram sete supostos invasores norte-coreanos. Eles faziam parte da tripulação de um submarino que encalhou na costa leste da península da Coréia, próximo à fronteira entre os dois países.
Agora, já são 18 norte-coreanos mortos. Segundo o governo do Sul, um oficial do submarino matou dez e cometeu suicídio logo após terem encalhado, para evitar a prisão, anteontem.
É um dos piores incidentes desde 1953, quando um armistício interrompeu a Guerra da Coréia e selou a divisão entre o Norte comunista e o Sul capitalista.
Apenas um dos supostos agentes foi preso, e, segundo a Coréia do Sul, ainda há pelo menos um espião desaparecido na floresta.
No começo da noite, as tropas sul-coreanas suspenderam a busca pelos norte-coreanos. Não se sabe exatamente quantos ainda estão desaparecidos. Os postos de controle nas estradas foram abandonados. Durante o dia, helicópteros sobrevoaram a mata lançando folhetos em que exigiam a rendição dos supostos agentes.
As mortes dos norte-coreanos aconteceram em pelo menos três tiroteios isolados. Em um deles, três supostos espiões foram baleados quando se curvaram para tomar água em um córrego. Dois soldados sul-coreanos ficaram feridos durante as ações.
Os confrontos
Os tiroteios aconteceram em montanhas próximas a Kangnung, o local do encalhe do submarino. Em uma montanha daquela região, também, anteontem foram encontrados os 11 corpos.
O norte-coreano que foi preso não revelou o objetivo da ação. A Coréia do Sul especula que o submarino resgataria um espião no Sul ou então tentava colocar agentes na região.
Segundo Li Yang-ho, ministro da Defesa da Coréia do Sul, o prisioneiro disse inicialmente que havia 20 agentes no submarino. Depois, mudou seu depoimento para 27 -normalmente, o modelo encalhado comporta 21 tripulantes.
O incidente é considerado o pior desde que, em 1968, mais de cem norte-coreanos conseguiram passar a fronteira e chegaram à Casa Azul, a sede do governo, em Seul.
Mais de 60 pessoas, dos dois lados, morreram em enfrentamentos naquela época, inclusive civis.
Até hoje, a fronteira entre as Coréias do Norte e do Sul é considerada um dos últimos focos da Guerra Fria, que opôs os países capitalistas e comunistas.

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